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Segunda, 17 Abril 2023 12:24

Obras da linha amarela do metro vão demorar no mínimo cinco anos

Não há uma data para o arranque dos trabalhos no terreno, mas já é possível imaginar o impacto no dia-a-dia dos luandenses. Faltam também informações sobre o traçado, que terá implicações directas ao nível das expropriações e do custo final. Outro ponto ainda por explicar são os preços dos bilhetes.

A construção daquela que será a primeira linha de metro da província de Luanda, a chamada linha amarela, que vai interligar a Centralidade do Kilamba e o Porto de Luanda (uma extensão de 37 Km), vai levar no mínimo cinco anos ou 60 meses a ser concluída, avançou fonte do Ministério dos Transportes ao Expansão. Os trabalhos não têm ainda início definido mas terão um forte impacto na mobilidade e no dia-a-dia da cidade de Luanda. O traçado final da referida linha não está fechado e também ainda não são conhecidos pormenores sobre o preço dos bilhetes.

Segundo Eugénio Fernandes, director nacional para a Economia das Concessões do Ministério dos Transportes, "o cronograma indicativo" do projecto prevê "não menos que 60 meses para a conclusão das obras". "Até lá, podem ser ensaiados e comissionados alguns troços da rede, dos 37 Km previstos para a primeira fase", explicou o responsável.

"Os próximos passos consistem em concluir as condições precedentes, nomeadamente através de reuniões técnicas para se fechar o contrato comercial com o Ministério dos Transportes, o contrato de financiamento com o Ministério das Finanças, e terminar os levantamentos e visitas ao traçado para se desenvolver o projecto-base", de acordo com Eugénio Fernandes.

Ou seja, a publicação do Despacho Presidencial n.º 53/23 de 22 de Março é "apenas" o primeiro passo firme e concreto para que seja possível avançar com a construção da linha amarela, a primeira do metro de Luanda e do País.

De acordo com o Governo, vão ser investidos 1.300 milhões de euros na primeira fase do projecto. A partir daqui vai ser "sempre a somar", considera o consultor Mário Rui Pires (antigo secretário de Estado do Investimento Público), sobretudo por causa dos custos associados às expropriações. As autoridades ainda não avançaram com qualquer indicador sobre as zonas da cidade que terão de ser requalificadas.

"Em Luanda há muitas obras paradas ou atrasadas devido às expropriações. Os custos são muito elevados. E isto pode até levar a um enorme questionamento sobre o volume de investimento associado a estes grandes projectos", defende Mário Rui Pires.

O despacho assinado por João Lourenço refere que nos 1.300 milhões de euros também estão incluídas tarefas relacionadas com a implementação do projecto, fornecimento de equipamentos e de tecnologia.

Está ainda prevista a construção de uma via-férrea dupla, de um parque de manutenção e operação em cada um dos extremos da linha e a edificação de 24 paragens "perfeitamente integradas com a cidade", de acordo com o Despacho Presidencial n.º 53/23 de 22 de Março.

Para as operações diárias vão ser adquiridos 68 veículos articulados (com 4 unidades cada) e fornecidos serviços tecnológicos de operação, sinalização e telecomunicações e sistema de alimentação de energia.

"Os chamados projectos estruturantes, como é o caso do metro de superfície, têm um período de preparação, desde a mobilização de recursos financeiros à contratação de mão-de- -obra, de 6 a 8 meses no mínimo", sublinha Eugénio Fernandes, que defende que o metro de Luanda "terá um impacto positivo na vida dos luandenses porque irá mitigar a problemática da mobilidade, para além de requalificar e valorizar as áreas por onde irá passar o traçado".

Eugénio Fernandes assinala que "em algumas zonas" serão adoptadas soluções de engenharia com a "implementação de infraestruturas elevadas para mitigar o efeito e custo de realojamento de pessoas".

Quanto à energia, "a Siemens Mobility possui soluções já implementadas em Angola e bastante know-how neste tipo de projectos", defende o responsável do Ministério dos Transportes. Expansão

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