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Quinta, 16 Fevereiro 2023 16:11

Bispos exortam Estado angolano a “salvaguardar convivência social” devido à expansão do Islão

Os bispos católicos angolanos comentaram hoje a presença do islamismo no país, exortando o Estado a observar critérios “para que se possa salvaguardar a convivência social”, referindo que “tem de se aprender a conviver” com o Islão.

“Em relação à presença do islamismo (em Angola) é algo com que nós temos de aprender a conviver, é uma realidade, faz parte dos fluxos migratórios atuais, agora aquilo que é importante é que, da parte do Estado, haja de facto critérios, sobretudo, para que se possa salvaguardar a convivência social”, respondeu o bispo angolano Belmiro Chissengueti.

Segundo o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), “Angola tem 531 anos de evangelização e isto é um dado cultural e socialmente adquirido”.

“Agora, as migrações dos povos e das gentes obrigam que novas realidades vão surgindo e nós temos de nos habituar a conviver com elas, respeitando as diferenças e que eles respeitem as nossas”, salientou.

Falando em conferência de imprensa de encerramento da I Assembleia Plenária Anual da CEAST, que decorreu entre 09 e 16 de fevereiro, em Luanda, Belmiro Chissengueti aludiu ao princípio da reciprocidade entre os Estados na aceitação do fenómeno religioso.

“Há um aspeto que é fundamental, mas isso depende mais dos Estados, que é o princípio da reciprocidade. Nas relações internacionais há o chamado princípio da reciprocidade, ou seja, não faço mais no meu país do que aquilo que eu permito no meu, ou vice-versa, agora este aspeto não nos cabe a nós”, rematou.

O Governo angolano assegurou, em 2019, que “não está a hostilizar o Islão”, religião não reconhecida no país, referindo que o assunto “está a ser tratado em fórum próprio” e que em breve o Estado iria se pronunciar sobre a questão.

“Quanto ao islamismo, o assunto está a ser tratado em fórum próprio, temos recebido regularmente informações sobre a atividade do islamismo, embora não seja uma religião reconhecida em Angola”, disse Carolina Cerqueira, à data, ministra da Cultura de Angola.

O Islão em Angola conta com vários fiéis, entre angolanos e estrangeiros, maioritariamente da África Ocidental.

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