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Quinta, 03 Junho 2021 10:11

Governo vai recolher hoje amostras de DNA aos familiares dos membros da UNITA falecidos em 1992

Os exames de DNA de familiares de ex-dirigentes da UNITA começam a ser feitos a partir desta quinta-feira, 3 de Junho, no Laboratório Nacional de Criminalística, na Província de Luanda.

No âmbito das acções da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), criada há dois anos, por Decreto Presidencial, hoje, sob orientação do seu coordenador, Francisco Queiroz, a comissão realiza, no Laboratório Nacional de Criminalística, o acto de recolha de amostras para os exames de DNA dos familiares dos membros da UNITA, falecidos durante os confrontos de 1992 em Luanda.

De acordo com uma nota de imprensa a que OPAÍS teve acesso, para além de familiares, o acto vai contar com a presença técnicos especializados na matéria que, 24 horas depois, poderão disponibilizar os resultados das referidas amostras.

Ao longo da semana, esta é a segunda actividade de interesse público que a CIVICOP realiza com os familiares das vítimas de conflitos políticos que dilacerou o país de 1975 a 2002. Na Segunda-feira, a Base Central da Comissão de Averiguação e Certificação de Óbitos das Vítimas dos Conflitos Políticos, no Pavilhão Multiusos do Kilamba, registou a presença em massa de dezenas de cidadãos que foram requerer a certidão de óbito dos seus familiares vítimas dos conflitos políticos.

A expectativa era grande e todos acordaram cedo para se deslocarem ao local que, durante esta a semana, vai continuar aberto para todos os interessados.

Executivo descarta indemnização às vítimas de conflitos políticos

Para o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, a questão da indeminização ficou completamente descartada por se entender que seria um desrespeito às pessoas que faleceram durante os anos de turbulências políticas que dilacerou o país

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, descartou, ontem, qualquer possibilidade de o Executivo indeminizar as famílias e as vítimas de conflitos políticos que dilacerou o país durante o período de 1975 a 2002.

Segundo o ministro, a questão da indemnização às vítimas de conflitos políticos foi uma das questões muito aflorada e discutida durante o início dos trabalhos da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), mas que, no entanto, se chegou a conclusão definitiva que não se poderia avançar com esse passo por se entender que era desnecessário dada as responsabilidades do Estado que assumiu arcar com outras despesas como entrega de urnas para o enterro das ossadas das vítimas e outros apoios.

Francisco Queiroz, que falava no acto de pedido de certidões de óbito das vítimas de conflitos políticos, afirmou que todo o trabalho da CIVICOP desemboca no tratamento das questões espirituais quer das famílias bem como das vítimas e sobreviventes dos conflitos políticos pelo que a atribuição de valores monetários seria uma desonra à memória dos que partiram.

“E honrar as pessoas não se faz com dinheiro. O dinheiro só viria a desprestigiar a memória das pessoas que faleceram e não está de acordo com o que se está a fazer”, apontou, tendo acrescentado que “celebrar o abraçar e perdoar são gestos que não requerem dinheiro”.

Presença em massa

A Base Central da Comissão de Averiguação e Certificação de Óbitos das Vítimas dos Conflitos Políticos, no Pavilhão Multiusos do Kilamba, registou a presença em massa de dezena de cidadãos que foram requerer a certidão de óbito dos seus familiares vítimas dos conflitos políticos. A expectativa era grande e todos acordaram cedo para se deslocarem ao local que, durante esta semana, vai continuar aberto para todos os interessados.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos garantiu que este é uma das fases mais importantes dos trabalhos que, há dois anos, estão a ser desenvolvidos pela Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP).

De acordo com Francisco Queiroz, que é igualmente coordenador da CIVICOP, o facto de poder tratar e receber a certidão de óbito para o posterior enterro das ossadas vai confortar e trazer paz de espírito para muitas famílias que durante décadas aguardaram por este momento. OPAIS

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