A Multichoice adianta, num comunicado, que foi “instruída” pelo Instituto Angolano das Telecomunicações às 17:08 de hoje a suspender estes canais da sua plataforma para “estar em conformidade” com a decisão do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) conhecida na segunda-feira.
A tutela angolana decidiu suspender as emissões da Record, Vida TV e Zap Viva, bem como jornais, revistas, sites e rádios sem atividade efetiva nos últimos dois anos após detetar “inconformidades legais”.
O grupo sul-africano decidiu assim suspender temporariamente da plataforma DSTV os canais Vida TV e TV Record Africa, “aguardando esclarecimentos por parte do órgão regulador, para a resolução deste processo”.
Num comunicado divulgado anteriormente, a Record afirmou ter dado entrada com um "recurso hierárquico" contra a decisão da Direção Nacional de Informação e Comunicação do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de suspender a emissão do canal.
A Zap, operadora de telecomunicações que emite a Zap Viva, e detida pela Finstar, da empresária Isabel dos Santos, fez saber que já entregou a documentação solicitada, esperando que sejam agora “criadas as necessárias condições para a normalização do canal”.
O Sindicato dos Jornalista de Angola criticou a decisão do governo angolano, considerando que está em causa uma "tentativa de silenciamento" de dois produtores de conteúdos, a Record e a Vida TV, limitando a diversidade informativa no país.
A rede Record é detida pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), cuja liderança tem sido disputada em Angola pela liderança brasileira e angolana, recentemente legitimada pelo governo, tem divulgado várias reportagens críticas do governo, afirmando que os religiosos brasileiros são alvo de xenofobia em Angola.
Segundo o MINTTICS as empresas provedoras de televisão por assinatura, TV Cabo, DSTV Angola e FINSTAR (detentora da ZAP TV), embora estejam devidamente legalizadas, distribuem os canais Zap Viva, Vida TV e Rede Record "sem o registo para o exercício da atividade de televisão em Angola", pelo que os canais Zap Viva e Vida TV têm de assegurar a sua "veiculação".