A vítima encontrava-se, até ao fecho da presente edição, na noite de ontem, a ser assistida no Hospital do Capalanga, correndo risco de vida, onde teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica.
O director do hospital, Luís Domingos, disse que ele teve de ser imediatamente operado por causa dos ferimentos graves que atingiram o pulmão e o coração.
“O ferimento de maior gravidade estava localizado na região do pulmão e do coração”, frisou, em entrevista à Rádio Nacional de Angola.
O médico sublinhou que, mal o paciente deu entrada, tiveram de o encaminhar, de imediato, para o bloco operatório. Explicou que tiveram de fazer uma cirurgia que possibilitou a drenagem do sangue que estava a volta do coração e a sutura das feridas que se encontravam no pulmão esquerdo.
Antes da cirurgia, o paciente fez uma paragem cardiorrespiratória, mas foi reanimado. Porém, a luta para o manter vivo só estava a começar.
Durante a operação cirúrgica, voltou a ter outra paragem cardíaca, tendo sido reanimado. “Neste momento, ele está calmo. Encontra-se ainda entubado sob ventilação mecânica, até normalizar o seu parâmetro hemodinâmico”, frisou.
A recepcionista da hospedaria, que recebeu o casal por volta das 9 horas da manhã, contou que, minutos depois de se terem alojado no quarto, o aparente sinal de tranquilidade e cumplicidade que transpareciam foi substituído por gritos de desespero.
“Eles fizeram o pagamento e dirigiram-se ao quarto. De repente, minutos depois, começamos a ouvir gritos”, frisou, em entrevista à referida estação radiofónica.
Para aferir o que se estava a passar, os funcionários foram ao quarto de onde saiam os gritos, bateram a porta solicitando a adolescente para a abrir, mas não foram atendidas.
“Ela respondeu que estava tudo bem, enquanto o senhor gritava [contorcendo-se de dores]. Pretendíamos romper a porta, mas ela reafirmou que estava tudo bem”, disse.
Desconfiados de que lhes estava a ser escondido algo, um dos funcionários da pensão espreitou da janela e deparou-se com o corpo do homem ensanguentado. Julgou que tivesse morrido e accionaram a Polícia Nacional.
Os efectivos que se deslocaram ao local depararamse com o homem ainda com vida e o socorreram para o hospital do Capalanca.
Em declarações à RNA, a adolescente justificou que procedeu deste modo porque estava cansada de ser constantemente abusada sexualmente sob ameaças de morte.
“Ele violava-me e ameaçava que podia fazer mal à minha família. Ele me mostrava arma”, frisou. Explicou que, usualmente, depois de fazerem sexo, o cidadão lhe mandava ir para casa sem dar nada em troca. Ela desabafou que esta seria a 14.ª ou a 15.ª vez que praticariam sexo. “Já não estava a aguentar”, frisou.
Disse que levou para a hospedaria uma faca e um martelo e, no momento em que Jacinto tentou praticar o coito, ela surpreendeu com tais meios contundentes. “Ele estava a tentar. Foi quando eu peguei numa faca e o martelo que levei e começamos a lutar”, frisou.
Acrescentou de seguida que “estava com muita raiva. Não era a primeira vez. Não sei o que me deu. Só sei que fiquei cansada disso”.
O porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional, Nestor Goubel, classificou o acto como crime de homicídio frustrado. Por esta razão, a presumível autora do crime encontra-se detida e será encaminhada ao Ministério Público. RNA