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Quarta, 16 Dezembro 2020 20:47

Governo entrega tractores agrícolas a ex-FAPLA. Ex-militares da UNITA ainda à espera

Os primeiros 15 tractores do lote anunciado pelo Presidente angolano, João Lourenço, para uma revolução agrícola, com ex-militares como beneficiários, foram entregues apenas a desmobilizados das FAPLA’s, antigo movimento armado do MPLA, nesta terça-feira, 15, em Benguela, num acto em que a UNITA denunciou a exclusão dos seus membros.

A cerimónia teve lugar na conhecida aldeia do ‘’Rio Bom’’, município do Cubal, mas o terreno não foi fértil para as cooperativas agrícolas dos ex-militares das FALA, como avançou à VOA o líder da associação, Simão Temba.

“Esta entrega é só para a ASCOFA, nós não estamos representados” disse fazendo notar no entanto que “temos cooperativas aqui no Cubal, e mesmo em tantas outras localidades”.

“Vamos ficar à espera, ver quando é que seremos abrangidos’’, acrescentou.

Sorte diferente teve a ASCOFA, associação dos ex-militares do partido no poder, que espera, que o programa ajude ajudar a diminuir a pobreza.

O presidente da organização em Benguela, António Chinhama dos Santos descreveu a entrga dos tractores como “um bom impulso, atendendo as dificuldades que tínhamos”.

“Agora é esperar que os nossos ex-militares trabalhem para combater a fome e a miséria nas suas famílias’’, sublinhou o líder associativo.

O Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrícola (FADA), outra entidade financiadora do programa, diz ter disponível uma carteira de 15 mil milhões de Kwanzas para emprestar às cooperativas nacionais.

O presidente do Conselho de Administração, Carlos Fernandes, explica que o crédito serve para compra de outros meios, uma vez que cada tractor e os seus acessórios, avaliados em 37 milhões de Kwanzas, serão devolvidos de outra forma, não em dinheiro.

Trata-se de um financiamento a fundo perdido, com o qual o Governo angolano pretende apoiar 70 % dos ex-militares, conforme revelou o ministro Manuel Nunes Júnior.

‘’Os 500 tractores serão atribuídos a cerca de 250 cooperativas de ex-militares em todo o país prevê-se atingir cerca de 30 mil beneficiários directos e mais de 150 mil indirectos’’, revelou o governante.

Quantidade de terra cultivada, número de integrantes das cooperativas e situação legal das parcelas são os critérios do programa, que vai ser lançado no Huambo na próxima semana. VOA

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