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Segunda, 06 Janeiro 2020 11:45

Isabel dos Santos acusa Serviço de Inteligência de Angola de invasão aos seus computadores

Isabel dos Santos acusou os serviços de segurança angolanos de acederem indevidamente aos computadores das suas empresas em Portugal, avança o Financial Times. Segundo a empresária angolana, este alegado acesso indevido teve o objetivo de estes serviços “forjarem e falsificarem” provas contra si.

Em entrevista telefónica ao jornal britânico, Isabel dos Santos diz estar a ser alvo de uma “caça às bruxas” por parte do Governo angolano e que está a preparar para lutar nos tribunais contra o arresto de contas bancárias e participações suas em empresas.   “Vai ser uma luta muito difícil”, disse a empresária ao Financial Times numa entrevista publicada no domingo.

A filha do ex-presidente angolano disse que estava preparando uma contestação legal contra o que ela caracterizou como uma tentativa de João Lourenço de desmantelar seus negócios e "apagar o legado" de 38 anos do governo do seu pai, José Eduardo dos Santos.

Isabel dos Santos disse ainda que criou sua riqueza e empregos graças à sua perspicácia nos negócios. “A imprensa me chama de princesa. “Não conheço muitas princesas que saem da cama para construir supermercados”, afirmou.

"Nunca recebi empréstimos do Estado, tivemos empréstimos de bancos privados", disse ela. Isabel dos Santos acrescentou que ela tentou pagar um empréstimo de 75 milhões de Euros à Sonangol em kwanza, a moeda local, mas que o pagamento foi deliberadamente rejeitado.

Empresária angolana disse ser “falsa e forjada”a alegação que tenha ordenado uma transferência de uma conta do general Leopoldino do Nascimento para uma conta na Rússia “como é também falsa a afirmação da intervenção da polícia judiciária portuguesa” no caso.

Rafael Marques, jornalista investigativo, disse que a autoridade angolana esta processado a família dos Santos legalmente "Quando Isabel dos Santos diz que é uma perseguição, é uma mentira flagrante", disse ele. "Eles são os que estavam no topo da pirâmide de saques, por isso é natural que sejam processados".

Recorde-se que a Procuradoria-Geral da República de Angola (PGR) apontou o dedo a Isabel dos Santos, a Sindika Dokolo e ao empresário português Mário Silva, acusando-os de “ocultar o património às custas do Estado, transferindo-o para outras entidades”. A Justiça angolana acredita que “todo o património dos requeridos encontra-se no exterior” do país e admite que será difícil reaver o dinheiro, porque “os capitais já foram exportados”. A PGR de Angola acusou a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos de ter lesado o Estado em mais de mil milhões de euros, dando como exemplo as perdas na sequência do investimento da Sonangol na Galp.

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