Quarta, 08 de Mai de 2024
Follow Us

Quarta, 18 Dezembro 2019 19:51

Polícia Nacional expulsa inspectora-chefe que agrediu filha adoptiva até a deixar desfigurada

Segunda informação de fonte segura da Polícia Nacional, Apolónia Escolástica, com o grau de inspectora-chefe, detida em Maio do ano corrente por crime de ofensas corporais graves contra a sua filha adoptiva, de nove anos, no município de Viana, em Luanda, foi expulsa da corporação.

A informação foi avançada esta quarta-feira, 18, ao NJ, por uma fonte da corporação que revelou que a oficial foi expulsa da Polícia Nacional pelo facto de o comandante geral, comissário-chefe Paulo Gaspar de Almeida, entender ser necessário instaurar um processo disciplinar contra Apolónia Escolástica, em função do acto praticado contra a menor e porque "a mulher demonstrou a sua falta de preparação para estar na Polícia Nacional porque não tem requisitos para garantir a honra à pátria e o bom desempenho de ser uma boa polícia".

O caso remonta a Maio deste ano, quando Apolónia Escolástica, com o grau de inspector-chefe, agrediu a criança com socos, queimaduras nos membros inferior e superior com uma pedra quente, e chegou a partir os dentes da menina com uma colher de pau, para além de ter tentado sufocá-la com uma almofada diversas vezes, segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC).

A oficial tinha sido constituída arguida pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC-Viana e está a responder ao processo em liberdade provisória porque se encontrava grávida de oito meses.

Na data dos factos, o porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR) Álvaro João, afirmou ao NJ que nestas situações, por causa da lei das medidas cautelares em processo penal, no artigo º37, a mulher não podia estar em prisão preventiva, devido ao estado de gestação em que se encontrava.

OS FACTOS

Citada pela Zimbo, a mãe biológica da pequena Elizangela, fez saber que os relatos das agressões surgiram da própria menor.

"A senhora que fez esta maldade à minha filha era minha patroa, eu trabalhei durante quatro anos para ela. Pediu-me para lhe arranjar alguém que cuidasse dos seus filhos de três e cinco anos", conta, acrescentando que por falta de condições em casa, optou por entregar a sua primogénita para a antiga patroa criar e educar.

Os motivos das agressões até o momento são desconhecidos, mas a mãe da menina mostra-se indignada porque a antiga patroa parecia realmente interessada em cuidar da menor.

"Ela (a patroa) me disse "entrega-me a tua filha para ficar com os meus filhos, eu vou-lhe comprar brinquedos, vou- lhe meter na escola e vai ser cuidada como uma filha", explicou a mãe da menor, salientando que alegada agressora nunca deixou que a mãe biológica visitasse a filha.

"Desde que entreguei a minha filha àquela senhora nunca mais tive contacto com a menina porque a senhora não me deixava ver a minha filha. Uma vez decidi visitar a menina, ela (a senhora) assustou-se quando me viu, me disse, "Antónia, quem te mandou aparecer aqui? Se a miúda te vir vai fugir e eu irei ter problemas se isso acontecer`", descreveu a progenitora.

De acordo com fonte do Tribunal Provincial de Luanda, a antiga oficial do Comando Geral da Polícia Nacional começa a ser julgada no primeiro trimestre de 2020. NJ/O CRIME

Rate this item
(2 votes)