Em prisão domiciliária, por motivos de saúde, o referido oficial, após ser apresentado à Procuradoria Geral da República(PGR) acusou o tenente-general Remígio do Espírito Santo, como sendo o mandante deste negócio, segundo fonte de OPAÍS. Remígio do Espírito Santo, que se encontra na Rússia há mais de ano, em formação militar, é citado como tendo ordenado este comércio ilegal através da Empresa Nacional de Construção de Aeródromos (Aerovia-EP) do Ministério da Defesa Nacional(MINDEN). Segundo apurou este jornal de fonte judicial, devido à distância entre Angola e a Rússia, Remígio do Espírito Santo “baixava”, alegadamente, as orientações a um outro coronel das FAA, conhecido por Camacho, que, no entanto, não foi detido. Camacho é citado pela fonte como sendo quem reportava todas as instruções ao tenente-coronel Armindo da Conceição para este negócio.
Fortes indícios
O porta-voz do SIC na Huíla, Sebastião Vika, confirmou a OPAÍS a existência de “fortes indícios do envolvimento deste oficial general das FAA” no negócio do alcatrão, em função das declarações, em sede de interrogatório, de outros dois oficiais detidos pela Polícia. Informou que, por esta altura, está a ser elaborado um expediente processual que será enviado à Direcção Nacional do Serviço de Investigação Criminal (SIC) para efeitos de remissão à Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), mas reafirma a presunção de inocência.
Ao tenente-coronel Armando da Conceição, segundo ainda a fonte, por motivos de saúde, foram alteradas as medidas de coacção antes impostas (prisão preventiva) a pedido do seu advogado, por este padecer de uma enfermidade que carece de um acompanhamento médico especializado. “A lei permite que se altere as medidas de coacção aplicadas a qualquer cidadão, desde que este apresente elementos credíveis que justifiquem tal atitude e foi isso que aconteceu” explicou. Por esta razão, o tenente-coronel encontra-se preso sob Termo de Identidade e Residência (TIR) aguardando a pronúncia do Tribunal Provincial da Huíla.
Transição do processo para a PGR
Sobre a transição do processo para a Procuradoria Geral da República, uma fonte familiarizada com o assunto justificou que, apesar de o processo envolverem militares, os bens supostamente extraviados não são militares.
O tenente-general Remígio do Espírito Santo foi comandante da 6ª Divisão de Infantaria Motorizada estacionada no município da Matala, Frente Sul. Entretanto, uma fonte do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, contactada sobre o assunto, confirmou a ausência do país do general Remígio do Espírito Santo, por motivos de formação, mas evitou falar sobre o seu suposto envolvimento no negócio. Apenas achou muito estranha a citação do seu nome numa altura em que nem está no país. OPAIS