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Segunda, 30 Julho 2018 12:58

Quinino em xarope está fora protocolo do tratamento da malária em Angola, alerta Governo

As autoridades angolanas alertaram hoje que o quinino em xarope ou gotas e a associação dos fármacos "Artesunato" e "Fansidar" para o tratamento da malária "não constam" do Protocolo Nacional de Tratamento da Malária, desaconselhando a sua compra.

O alerta foi transmitido hoje à agência Lusa pelo coordenador do Programa Nacional de Controlo da Malária de Angola, José Franco Martins, que defendeu nova regulamentação na "aquisição desses fármacos" no país, pois, alertou, podem trazer "graves complicações aos pacientes".

"No nosso protocolo para a gestão de malária não consta nenhuma apresentação de quinino em xarope, mas temos vimos a observar que circula no país" e "desaconselhamos a aquisição", sublinhou.

Existem "outras associações, como as do "Artesunato" mais o 'Fansidar'. Consta que o ''Fansidar' isolado serve para o tratamento da malária na mulher grávida. Se isso já é errado, a associação com o 'Artesunato' deve ser evitada para a mulher gestante", alertou.

A malária é primeira causa de morte em Angola, seguida dos acidentes de viação e da tuberculose.

De acordo com José Franco Martins, constam do Protocolo Nacional de Tratamento da doença formulações para gestão das malárias simples, grave e também em mulheres grávidas.

Para o responsável do departamento afeto ao Ministério da Saúde de Angola, a existência desses fármacos no país é fruto de "algum desconhecimento, sobretudo dos importadores", pelo que reiterou a "harmonização das aquisições e comunicação constante com as autoridades".

"Devemos levar ao conhecimento deles, e de forma permanente, o que está plasmado no protocolo nacional para estarmos alinhados e para que se façam aquisições de formulações que utilizamos", defendeu.

"Devemos também levar ao conhecimento deles que adquiram os medicamentos recomendáveis pelo órgão que rege a Saúde no mundo e no país, em particular de forma a que evitemos situações negativas, associadas com formulações que não são recomendadas", rematou.

Segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde angolano, até junho, Angola registou esta ano cerca de milhão e meio de casos de malária, que provocaram 3.853 mortos, constituindo a primeira causa de morte no país.

Face ao atual quando, as autoridades sanitárias angolanas já caracterizam 2018 como um ano epidemiológico, sendo as províncias do Cuanza Norte, Bengo e Huambo as mais endémicas.

Luanda, a capital de Angola, inclui-se na lista de províncias mais afetadas pela doença, com o registo, no primeiro trimestre deste ano, de mais de 240 mil casos de malária.

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