O historiador congolês Jean-Michel Mabeko-Tali considerou hoje que a "bicefalia" em Angola entre o presidente angolano, João Lourenço, e o líder do MPLA, José Eduardo dos Santos "pode ser perigosa", havendo "riscos de chantagem política".
Prestes a abandonar o poder, o antigo Presidente angolano terá mandado elaborar um conjunto de decretos que se destinava a manter sob a sua alçada o controlo indireto da política monetária e cambial do país. A ideia, segundo apurou o Expresso junto do Ministério das Finanças de Angola, passava pela aprovação de quatro decretos presidenciais que Eduardo dos Santos deveria assinar na véspera da investidura do seu sucessor. “Era um presente envenenado para João Lourenço, consubstanciado num rude golpe financeiro”, denuncia uma fonte dos serviços de informações conhecedora do dossiê.
Oito dos jovens que tentaram manifestar-se, quarta-feira última, em Malanje, contra o governador provincial, Norberto dos Santos Kwata Kanawa, estão detidos, anunciou esta sexta-feira o Governo da província.
Em 2002, durante a sua visita a Malanje, José Eduardo dos Santos testemunhou a maior e mais efectiva acção de protesto contra a sua presidência. Estava no auge do seu poder, meses depois da morte de Jonas Savimbi.
Na semana em que Angola celebrou 16 anos desde o acordo de paz em 2002, o Angola Fala Só teve como convidado Raúl Danda, vice-presidente da UNITA, para quem a paz "não se pode traduzir apenas com o calar das armas".
O ministro da Administração do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, considerou hoje como fundamental a reestruturação do modelo do registo eleitoral entre as várias tarefas para a realização das primeiras eleições autárquicas em Angola.
A CASA-CE, segundo maior partido da oposição em Angola, diz que as medidas tomados pelo Presidente da República não passaram de atitudes cosméticas que não tiveram qualquer impacto positivo na vida dos cidadãos.