Samakuva: é para continuar
E, quando os ponteiros do relógio marcavam doze horas e nove minutos, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, acompanhado de membros da direcção do partido que dirige, acabava de chegar ao local. Justificou a sua presença com o propósito de acalmar os ânimos dos manifestantes e da população e aconselhá-la a voltar para as suas residências”.
Segundo Samakuva, o partido que dirige vai continuar com as manifestações pacíficas, tendo acusado o Executivo de faltar ao diálogo quando é solicitado para o efeito. O líder da UNITA disse que o Executivo dirigido pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, “ não aceita dialogar”.
Dois dias antes da tentativa de manifestação, o porta-voz do Comando-Geral da Polícia Nacional (CGPN), subcomissário Aristófanes dos Santos, teve um encontro com Alcides Sakala Simões, porta-voz da UNITA, abordando-o sobre a possibilidade de adiar a aludida manifestação, uma vez que o MPLA tinha preparado uma actividade idêntica e também marcada para a mesma data e local. A UNITA não acatou e avançou mesmo, ao passo que a do MPLA, que tivera a mesma conversa com a Polícia, não saiu.
Para impedir a acção do “Galo Negro”, que proibira, logo nas primeiras horas da manhã de Sábado a corporação colocou no local de concentração, defronte ao cemitério da Sant’Ana, um considerável dispositivo policial, constituído por efectivos da Ordem Pública e da Polícia de Intervenção Rápida, esta última com algumas unidades das suas especialidades. A presença da autoridade foi mantida com a Polícia de Intervenção Rápida (PIR), composta pelas unidades antidistúrbios, antiterror, motorizada, reforçada com as brigadas canina e montada (cavalaria) e com o apoio de dois helicópteros da sua esquadra aeroportuária.
O PAIS