A acusação consta de um comunicado do Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), em que "exorta os seus militantes, simpatizantes e amigos a manterem-se vigilantes, neutralizando e denunciando todas as manobras que visem reinstalar o caos e a desordem".
Esta diferença de opinião, para lá da luta político-partidária, demonstra que embora previstos na Constituição, os direitos de reunião e de manifestação fora dos períodos eleitorais, na chamada pré-campanha e durante a campanha eleitoral, enfrentam alguns obstáculos. Grupos de cidadãos ou organizações não-governamentais vêem-se frequentemente confrontados com a intransigência das autoridades.
O autodenominado Movimento Revolucionário, que patrocinou a partir de 7 de Março de 2011 várias manifestações antigovernamentais em Luanda, diz ter sido sempre confrontado com a repressão, quer policial, quer por civis, enquadrados pela polícia.
À medida que se aproxima o dia de sábado, já se contam os apoios, com a iniciativa da UNITA a merecer o apoio e adesão do Partido de Renovação Social, com assento parlamentar, e do Bloco Democrático, sem representação.
Do lado do poder, o discurso endurece e o comunicado do Bureau Político do MPLA é prova disso ao socorrer-se da situação em Moçambique, colocando a UNITA ao lado da Renamo: "A UNITA, alentada pelo surto de terrorismo dos seus parceiros moçambicanos da Renamo, que violaram os acordos de paz e estão a lançar a desestabilização e a destruição de novo em solo irmão de Moçambique, espreita também a oportunidade de lançar os caos e a desordem no nosso País".
Essa situação, garante o MPLA, "jamais será tolerada e merecerá a resposta adequada e a responsabilização plena dos seus instigadores que não se escudem depois em presumíveis perseguições políticas quando a justiça os chamar a razão".
Lusa