O facto foi manifestado hoje, nesta província, pelo secretário de Estado do Ministério do Interior para os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, Eugénio Laborinho, no final da visita de constatação ao local onde ocorreram os assassinatos.
“Estamos aqui cumprindo ordens do Presidente da República e titular do poder Executivo, que, desde que tomou conhecimento deste infausto acontecimento, exprimiu a sua profunda consternação e solidariedade para com as famílias das vítimas”, informou Eugénio Laborinho.
O secretário de Estado do Ministério do Interior disse ainda que o Presidente da República exige que os autores deste “bárbaro e hediondo” crime sejam exemplarmente punidos.
“Viemos, além de tudo, trazer o calor do Chefe de Estado e expressar a sua solidariedade. Dizer que o Presidente da República está com a população da província do Huambo”, concluiu.
Na tarde de quinta-feira, nove polícias, incluindo o comandante do município da Caála, superintendente-chefe Evaristo Catumbela, e o chefe das operações da Polícia de Intervenção Rápida nesta província, intendente Luhengue Joaquim José, foram assassinados por seguidores da referida seita religiosa, cujo líder possui um mandato de captura emitido pela Procuradoria-Geral da República na província do Bié.
Com ramificações em várias províncias do país, sobretudo no Centro e Sul, a seita religiosa Adventista do 7º Dia Luz do Mundo foi fundada no começo da década 2000, na província do Huambo.
Em 2014, a mesma denominação religiosa foi encerrada, todavia as suas actividades continuaram, de forma clandestina, com a realização de cultos e reuniões confusas e contraditórias com a Lei Nacional, os hábitos, costumes e tradição do povo.
Com recurso à sua astúcia, José Kalupeteka, de 52 anos de idade, cujo alvo eram cidadãos das zonas rurais, facilmente conseguia atrair centenas de seguidores, que além de venderem suas casas e outros bens, renunciavam tudo em troca de um possível arrebatamento para os céus.
Com fins inconfessos, em 2012 a seita Adventista do 7º Dia Luz do Mundo tentou, sem sucesso, inviabilizar a campanha de vacinação contra a poliomielite nas zonas onde residem os seus seguidores, ordenando que estes impeçam os vacinadores de trabalhar.
Em 2014, José Kalupeteka voltou a criar constrangimentos ao Censo Geral da População e Habitação, ao levar os seus seguidores às montanhas para evitar que estes tenham contacto com os recenseadores.
Desde o início deste ano, o mesmo tem estado a persuadir as pessoas para o seguirem às montanhas, onde, dizia ele, aguardariam pelo fim do mundo, marcado para o dia 31 de Dezembro.
Entre os anos 2010 e 2011, José Kalupeteka foi acusado de destruir o património histórico e cultural da província do Huambo e de espancar diversos sobas que o contrariavam.
O comando da Polícia Nacional na província do Huambo vai realizar segunda-feira o enterro dos malogrados.
Sábado estiveram no local, a 50 quilómetros a sul da cidade do Huambo, o secretário de Estado do Ministério do Interior para os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, Eugénio Laborinho, o 2º comandante-geral da Polícia Nacional, Comissário-Chefe Paulo de Almeida, o chefe de Estado Maior General adjunto para a Educação Patriótica das Forças Armadas Angolanas, general Egídio de Sousa Santos, e o governador da província do Huambo, Kundi Paihama.
ANGOP
