Quinta, 23 de Outubro de 2025
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Quinta, 23 Outubro 2025 12:58

Ativistas angolanos anunciam nova vigília lamentando “violação sistemática” dos direitos humanos

Ativistas angolanos disseram hoje que promovem no sábado, em Luanda, uma vigília “pela liberdade dos presos políticos” no país e lamentaram a “violação sistemática” dos direitos humanos em Angola, pedindo postura "republicana da polícia".

A vigília “contra todas as formas de perseguição em Angola” e pela liberdade dos denominados “presos políticos” é uma iniciativa da União Nacional para a Total Revolução de Angola (UNTRA), organização da sociedade civil, e a mesma já foi comunicada às autoridades administrativas de Luanda.

“Esta vigília tem como objetivo exigir ao Governo do Presidente João Lourenço e à justiça angolana a liberdade dos presos políticos, nomeadamente o general Nila, Osvaldo Caholo, Rodrigo Catimba, Buka Tanda, manos da resistência de Malanje e outros que continuam presos”, disse à Lusa o coordenador provincial da UNTRA em Luanda, Luís Antunes.

De acordo com o ativista, a vigília, agendada com início previsto para as 18:00 de sábado no Largo das Heroínas, centro de Luanda, foi já comunicada ao Governo Provincial e ao Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional.

“Cumprimos com o primado da lei e esperamos que a polícia apareça para manter a ordem e a tranquilidade públicas.

Esperamos também que todos os angolanos apareçam, porque esta é uma causa nobre, é uma causa que nos entristece, porque temos uma justiça partidária no país”, referiu.

Os ativistas Osvaldo Caholo, Serrote José de Oliveira “General Nila" (presidente da UNTRA), André Miranda, Kiluanje Lourenço, Buka Tanda, Gonçalves Frederico “Fredy” e Soba Príncipe, detidos em julho na sequência da manifestação dos estudantes e da paralisação dos taxistas contra a subida do preço dos combustíveis, e mais cinco líderes de associações e cooperativas de táxi são considerados “presos políticos” por ativistas e membros da sociedade civil.

Os detidos estão indiciados dos crimes de rebelião, apologia ao crime, vandalismo e terrorismo.

Luís Antunes instou ainda os angolanos a aderirem à vigília, com velas e trajados de preto, dada a “consternação desta injustiça imposta” aos ativistas.

O coordenador provincial da UNTRA recordou que um dos pilares da União Africana – presidida atualmente pelo Presidente angolano – “é manter a segurança, a paz e promover o respeito pelos direitos humanos no continente” lamentando, contudo, a “violação sistemática” dos direitos humanos em Angola.

A polícia angolana travou na sexta-feira passada, em Luanda, uma vigília convocada por membros da sociedade civil “pela libertação dos presos políticos”, tendo retirado do local vários jovens, situação testemunhada pela Lusa no local.

A vigília, que estava anunciada para o Jardim São Domingos, junto à igreja com o mesmo nome, em Luanda, não chegou a acontecer, pois a polícia retirou à força do local alguns jovens, que envergavam t-shirts pretas com os dizeres “Vozes Livres, Presos Políticos Livres” estampados em branco, inviabilizando o ato.

Hoje, o ativista da UNTRA pediu “postura republicana” dos efetivos da polícia para a vigília agendada para o próximo sábado: “É simplesmente uma vigília e não manifestação e esperamos por uma postura republicana [da polícia] e esperamos que não haja repressão”, concluiu.

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