“O SME está num programa de reestruturação e, ao longo desses meses, temos falado sobre as preocupações que existem e que estão a ser devidamente tratadas. Estamos também a trabalhar na melhoria dos procedimentos internos para uma maior eficiência da instituição”, afirmou Manuel Homem, quando questionado sobre alegados esquemas fraudulentos de venda de passaportes angolanos a estrangeiros.
Segundo o governante, que falava no final de um encontro com jornalistas sobre o Programa de Prevenção Rodoviária, o processo de modernização do SME está em curso e os resultados deverão ser alcançados ao longo do tempo.
“É um programa que não pode ser visto como imediato. É um processo longo porque os vícios estão instalados há anos e temos que ter coragem [para saná-los], se efetivamente queremos ter uma instituição que responda aos anseios dos cidadãos”, argumentou. Nas redes sociais e plataformas digitais circulam, nos últimos dias, informações e vídeos que retratam um alegado esquema de venda de passaporte de Angola a cidadãos estrangeiros com envolvimento de altos funcionários do SME.
Manuel Homem frisou que aquela instituição, que emite os passaportes e regula o fluxo migratório em Angola, existe para servir os cidadãos e que “os males" foram causados por vários fatores que "estão a ser tratados de forma gradual”, para que "a qualidade e a dignidade de um serviço de uma instituição como é o SME possam ser alcançados”.
Por outro lado, assegurou que o processo de modernização para a substituição do passaporte está em curso, assumindo que este órgão “tinha dificuldades de cédulas para a emissão dos passaportes atuais, mas que está a ser ultrapassado”.
“Recebemos novas cédulas, vamos continuar e vamos incrementar o processo do tratamento dos passaportes”, concluiu o ministro angolano. Em finais de janeiro, as autoridades angolanas detiveram o diretor do gabinete do diretor-geral do SME e a chefe do departamento dos Recursos Humanos do mesmo órgão, por alegados crimes de associação criminosa, recebimento indevido de vantagem e corrupção passiva por fortes indícios de envolvimento num esquema fraudulento de enquadramento irregular de candidatos na instituição.