A Embraer é uma das empresas que compõem a delegação brasileira para o seminário empresarial, promovido por ocasião da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Angola.
O governo estuda conceder financiamentos novamente a Angola para exportação de produtos e de bens e serviços de engenharia - essa a segunda modalidade se notabilizou no País por causa das suspeitas de corrupção levantadas na Operação Lava Jato, que levaram até o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao banco dos réus. Uma ação penal relativa a obras em Angola, onde teria havido tráfico de influência internacional, terminou sendo encerrada.
Na sexta-feira, dia 25, Lula deu indicações de que o negócio está sendo avaliado, ao listar as capacidades de cooperação entre as respectivas Forças Armadas.
Avião KC-390, produzido pela Embraer, custa cerca de US$ 130 milhões Foto: Ricardo Beccari/Embraer
“Angola tem condições de se tornar um polo da Embraer Defesa na África. A aquisição de aeronaves como KC-390 e a revitalização da frota de tucanos e super tucanos trariam transferência de tecnologia. A indústria naval brasileira pode apoiar a modernização da Marinha angolana”, disse o petista.
Os militares dos dois países promovem formação de quadros e intercâmbio de informações de doutrina de segurança.
Um ministro do governo Angolano confirmou ao Estadão que existe interesse do país em contratar mais produtos da Embraer. Segundo esse ministro, a Taag, companhia aérea comercial da Angola, poderia comprar aviões da empresa brasileira para rotas regionais. Ele disse que Angola queria trazer para seu território um centro de treinamentos, que hoje funciona em Johannesburgo, na África do Sul, como forma de atender as regiões da África em que o país se insere.
A maior parte dos equipamentos de Defesa são de origem russa, inclusive aeronaves e helicópteros, além do treinamento e doutrina. No passado, houve formação de oficiais em Cuba.