Em declaração a OPAIS, Navita Ngolo referiu que existem, sobretudo, na localidade de Catchiungo, sobas a serem supostamente perseguidos por administradores pelo facto destes terem participado da actividade política de massa realizada pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, na véspera das eleições gerais.
Segundo a responsável do "Galo Negro" naquela província, o administrador da comuna sede, depois de se aperceber que alguns sobas e regedores tinham participado da actividade da UNITA, mandou que os mesmos se despissem das suas fardas.
"Alguns sobas chegaram a entregar a farda, mas houve um que não queria entregar por entender que não era proibido ele ir à actividade da UNITA, já que participava em todas as actividades dos outros partidos políticos. Criou-se aqui uma organização de tal forma que os sobas e os reis estão controlados e são usados para intimidarem as comunidades", denunciou, tendo acrescentado ainda que "aqueles que não se identificarem com o partido no poder serão destituídos".
A dirigente política sublinhou que os actos de intolerância naquela província agravaram-se de tal maneira que, basta a UNITA anunciar que realizar uma actividade política, a confusão vai começa logo. "Até o famoso programa KWENDA, em algumas comunidades onde se conseguiu distribuir, são os sobas que indicavam quem é do MPLA e quem é da UNITA. Aquilo é para persuadir as pessoas a se identificarem com um determinado partido só para beneficiarem de um pro- grama promovido pelas Nações Unidas", lamentou,
A líder da UNITA deplorou ainda o facto do pro- grama KWENDA ter sido utilizado como bandeira de corrupção eleitoral.
"Aproveitam-se daquelas comunidades em que o nível de analfabetismo é bastante elevado, para manipular as populações através das autoridades tradicionais", deplorou.
Dialogo com as entidades
Face a esta situação, Navita Ngolo fez saber que a UNITA procurou manter uma conversa com a governadora provincial do Huambo para que epi- sódios do género não voltassem a acontecer.
Navita defendeu a necessidade de haver responsabilidade e respeito pelas diferenças bem como um discurso congregador, de reconciliação e de paz, independentemente das convicções políticas de cada um.
"Nós continuamos a defender o diálogo permanente para uma verdadeira reconciliação nacional. OPAÍS