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Quinta, 27 Outubro 2022 08:17

Integrantes da FPU dizem que plataforma não morreu, analistas políticos questionam

Nos círculos políticos em Angola pergunta-se por onde anda a Frente Patriótica Unida (FPU), a plataforma formada pela UNITA, Bloco Democrático e o projecto político Pra-JÁ - Servir Angola, que se apresentou como tal nas eleições de Agosto.

Nesses mesmos círculos, paira a ideia que, dois meses depois do pleito eleitoral, a plataforma política desapareceu.

Enquanto os partidos que integram a plataforma rejeitam esta leitura, analistas da VOA consideram que a FPU sempre foi uma utopia.

Os líderes da plataforma, Adalberto Costa Junior, o coordenador, Abel Chivukuvuku, coordenador-adjunto e Filomeno Vieira Lopes não têm aparecido em público e algumas correntes de opinião indicam que a FPU eclipsou-se, ao não atingir o objectivo traçado, que era o de desalojar o MPLA do poder em Angola desde 1975.

Filomeno Vieira Lopes, presidente do BD, rejeita qualquer fracasso e diz que “o Grupo Parlamentar da UNITA é no fundo a imagem da FPU, ou seja insere no seu seio elementos do BD, do projecto Pra-JÁ e da sociedade civil, e o trabalho da FPU vai ser visto institucionalmente neste contexto".

Esta leitura é corroborada pela UNITA, cujo secretário-geral Álvaro Chikwamanga diz que “não entenderam a estratégia da FPU, era iminentemente eleitoral, neste momento nós vamos redefinir a sua estratégia, se ainda continuará a plataforma para concorrer às eleições autárquicas como tal ou não, e também pensar já nas eleições em 2027".

Outro integrante da FPU, pelo projecto Pra-JA, na Huíla, Serafim Simeão, pede calma aos cidadãos.

"Compreendemos a ansiedade das pessoas, mas nós temos que ir devagar, temos que estudar os cenários das jogadas que às vezes são políticas, haja serenidade do povo que em tempo oportuno a FPU vai se pronunciar", pede Simeão.

Também integrante do projecto político de de Abel Chivukuvuku, Leonel Gomes diz que neste momento, a FPU “espelha-se no Grupo Parlamentar da UNITA”.

Entretanto, o jurista e analista político Pedro Caparakata entende que a FPU morreu antes mesmo de nascer porque “nunca poderia resultar porque as agendas dos seus integrantes são totalmente diferentes, por isso sempre achei que a FPU não passou de mera utopia"

E há um risco de se abrir um precedente perigoso para a política nacional, alerta Caparakata.

"A UNITA não sabe mas aos poucos vai-se convertendo num comité de especialidade dos partidos políticos", conclui aquele jurista.

A FPU participou na campanha eleitoral através da sigla da UNITA, mas com elementos dos dois grupos políticos que integram o Grupo Parlamentar da UNITA. VOA

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