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Segunda, 25 Novembro 2019 19:45

Polícia Nacional refuta existência de cartéis de drogas em Benguela

O comandante provincial da Polícia Nacional em Benguela, comissário Aristófanes dos Santos, negou que a circunscrição atravessa um cenário de criminalidade organizada que envolve o tráfico ilícito de drogas pesadas, conforme informações postas a circular nas redes sociais.

“Felizmente, na nossa província, podemos dizer sem medo de errar que não temos criminalidade organizada a este nível do tráfico ilícito de drogas pesadas”, afirmou à Rádio Lobito o comandante provincial da Polícia Nacional, o qual aponta o estupefaciente liamba como sendo a droga mais consumida em Benguela.

Numa entrevista concedida ao programa radiofónico “Lobito - cidade em marcha”, o comissário Aristófanes dos Santos diz que há consumo, porém, não em larga escala, de cocaína, ecstasy, haxixe, entre outras substâncias psicotrópicas, uma situação que as forças policiais têm combatido, no âmbito do controlo da criminalidade comum.

O comissário Aristófanes dos Santos explica que esse consumo de substâncias psicotrópicas, como a cocaína, não chega a ser tão gravoso, tendo em atenção que a droga pesada é vista por cartéis de droga em que há importadores, ou seja, a criminalidade organizada, um cenário que, a seu ver, não se expandiu para Benguela.

Fora a droga pesada, há sim o uso ainda em larga escala de liamba, com o comandante da Polícia Nacional a assinalar o permanente trabalho das forças de segurança, num autêntico cerco à produção da cannabis a partir dos municípios do interior da província de Benguela, onde os envolvidos tendem a mandar os estupefacientes para o litoral.

“Há todo um grande trabalho no sentido de inverter este quadro, aliás, são questões que datam de há muitos anos”, referiu Aristófanes dos Santos, reconhecendo que a polícia tudo tem feito na tentativa de manter esta problemática da cannabis devidamente controlada.

“Combater a droga é controlar a criminalidade”, argumenta o comandante, refutando de forma veemente que haja em Benguela criminalidade organizada a nível do tráfico de drogas com cartéis de droga pesada.

Para o comissário, a problemática do tráfico e consumo de droga é já um outro tipo de criminalidade, que é tratada à parte, ou seja, com muito mais atenção. “E se quisermos falar de drogas pesadas, a maior parte da droga que se consome no nosso território é a cannabis extractiva, vulgo liamba”.

Quando questionado, por exemplo, se os sapatos pendurados em fios de energia eléctrica em vários bairros de Benguela e do Lobito seriam um código usado por marginais para alertar sobre a existência de área de venda e consumo de liamba, o comandante, sem confirmar nem desconfirmar, esclareceu apenas que “nem sempre é verdade”.

A posição da Polícia Nacional surge num momento em que a província de Benguela tem assistido a uma sucessão de denúncias, feitas nas redes sociais, sobre a existência de uma suposta rede de crime organizado, tráfico de drogas e armas, cujos barões estariam a envolver jovens dos 17 aos 27 anos, para tentar desviar as atenções das autoridades.

A alegada quadrilha de narcotráfico, segundo os vários relatos que têm surgido, estaria a actuar no circuito Benguela, Huíla e Huambo, em colaboração com os promotores de eventos dessas províncias.

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