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Domingo, 13 Outubro 2019 17:54

Adalberto da Costa Júnior quer UNITA mais forte e altiva e não mera coadjuvante

Adalberto da Costa Júnior disse hoje, em Luanda, que está na corrida à liderança da UNITA, por um partido mais "forte e altivo", que pretende que não seja mais visto como "meros coadjuvantes".

"É isto que o MPLA (partido no poder) quer de nós, um personagem secundário, tímido, que serve apenas para melhorar o rosto de uma democracia falsa, para disfarçar uma democracia cheia de abusos e de imperfeições", referiu Adalberto da Costa Júnior no lançamento do seu manifesto eleitoral.

O atual líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) concorre à liderança do partido, no congresso que se realizará entre 13 e 15 de novembro próximo, com outros quatro candidatos - Alcides Sakala, Raul Danda, José Cahiungo e Abílio Camalata Numa, que tiveram as suas candidaturas aceites esta sexta-feira.

Segundo Adalberto da Costa Júnior, o ainda presidente do partido, Isaías Samakuva, desde 2003, "foi a pessoa certa" que conduziu "com firmeza" o difícil processo de transição, com a morte em 2002 do líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, merecendo por isso "respeito e gratidão".

"Mas precisamos de avançar ainda mais e superar tudo aquilo que ainda hoje limita as nossas ações", disse Adalberto da Costa Júnior, recordando que até à data os bens materiais e o património do partido permanecem confiscados.

"O MPLA segue desrespeitando os acordos firmados com a UNITA, homens e mulheres, angolanos que depuseram armas estão até hoje sem a prometida reforma, sem a proteção do Estado, com a sua dignidade ameaçada pela falta de perspetiva e pela fome, até quando?", perguntou.

Para o político, "é preciso reconhecer quando um ciclo se esgota para que um novo ciclo se possa iniciar".

"A partir de agora temos de ser ainda melhores, precisamos de somar e renovar as nossas energias para que a UNITA seja um partido cada vez mais presente e relevante na vida dos angolanos, o partido das transformações que o nosso povo tanto anseia", frisou.

Sobre as primeiras eleições autárquicas que Angola vai realizar em 2020, Adalberto da Costa Júnior considera uma oportunidade para a UNITA mostrar aos angolanos que tem "projetos para orientar e governar o país".

"Temos feito com louvor o nosso papel de oposição, teremos de ser mais valorosos ainda como governantes, como administradores, como gestores capazes e transparentes na gestão dos dinheiros públicos", realçou.

Na apresentação do manifesto eleitoral, até hoje com 1.500 assinaturas, Horácio Junjuvili, membro da candidatura de Adalberto da Costa Júnior, destacou as subscrições de veteranos do partido, entre os quais o general Samuel Chiwale, único sobrevivente fundador da UNITA, Ernesto Mulato, Correia Victor, Arlete Chimbila, Urbano Chassanha, Demostenes Chilungutila, Isaías Chitombe, Eugénio Manuvakola, Vitorino Hossi, entre outros.

Horácio Junjuvili disse que Adalberto da Costa Júnior tem história de participação na luta da UNITA e vem fazendo um longo percurso de militância constante e consequente, que tem contado com o reconhecimento e a confiança dos angolanos dentro e fora do país.

"Vamos elegê-lo presidente, e fazemo-lo porque confiamos nele tal como o fundador, Jonas Savimbi, como Samakuva, presidente cessante. Por lhe reconhecermos atributos que correspondem aos desígnios dos desafios do momento que a UNITA enfrenta", disse.

A escolha de Adalberto da Costa Júnior, prosseguiu Horácio Junjuvili, foi também "porque é chegado o momento de promover uma liderança mais jovem".

"É ele que nos garante que formará a ponte entre a experiência e a sabedoria dos mais velhos, e a perspicácia e a irreverência da juventude", frisou.

Na fase de mensagens aos candidatos, Samuel Chiwale transmitiu "total confiança", desejando "força e principalmente tenacidade de aglomerar todos os angolanos para a causa comum", enquanto que Correia lembrou a "brilhante popularidade, estima e admiração" que Adalberto da Costa Júnior conquistou desde que assumiu a liderança do grupo parlamentar da UNITA.

Já Eugénio Manuvakola usou um provérbio na língua nacional umbundo para dizer que um cágado sobre um tronco apenas acontece porque alguém o colocou lá, ou seja, "o cágado vai ficar por cima do tronco por vontade dos delegados".

"Mas não te esqueças da força que te colocou por cima do tronco, porque sozinho, só caindo e a pancada é muito forte", disse.

Adalberto da Costa Júnior, de 57 anos, natural da província do Huambo, casado, ingressou no partido em 1975 e um ano depois era membro de uma estrutura clandestina da UNITA na província de Benguela.

Com passagens por Portugal, Itália, como representante do partido naqueles países, regressou a Luanda em 2003, exercendo o cargo de secretário provincial da UNITA em Luanda, secretário para a comunicação e marketing (2003/2008), porta-voz (2003/2009), secretário nacional para os assuntos patrimoniais (2009/2011), primeiro-vice-presidente do grupo parlamentar (2012/2016).

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