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Quinta, 05 Abril 2018 18:44

Oposição angolana diz que nada vai mudar com João Lourenço

A CASA-CE, segundo maior partido da oposição em Angola, diz que as medidas tomados pelo Presidente da República não passaram de atitudes cosméticas que não tiveram qualquer impacto positivo na vida dos cidadãos.

João Pinto responde dizendo que “esses políticos visam enganar a cabeça dos cidadãos” porque é preciso tempo para se alcançar o desenvolvimento.

Por isso, aquela coligação sugere uma concertação de toda a oposição para “atacar em primeira instância as autarquias” e depois vencer as eleições gerais de 2022.

O MPLA, através do deputado João Pinto, acusa políticos e críticos de tentar enganar as pessoas e lembra que o desenvolvimento tem o seu percurso.

Quase sete meses já se passaram desde que o país tem um novo Presidente da República, João Lourenço, que vem anunciando uma série de medidas que, para a CASA-CE, não resolveram nem vão resolver os principais problemas que afectam os angolanos.

“Só assistimos até aqui atitudes cosméticas protagonizadas pelo actual Presidente da República usando obviamente um instrumento importante da politica que é o marketing, mas essas medidas não trouxeram nenhum efeito prático sobre as pessoas e a prova disso é o OGE para 2018 com elementos que indicam claramente que nada vai mudar este ano e nem nos próximos porque o actual orçamento é de continuidade”, disse à VOA Lindo Bernardo Tito, vice-presidente da coligação eleitoral, para quem “nota-se uma instabilidade social, falta de segurança pública, escassez dos principais serviços como água , energia elétrica, saúde, escola, etc.”

Para Tito, a solução passa por uma união da oposição visando atacar primeiro as eleições autárquicas e derrubar o MPLA.

"Eu acredito que a oposição estruturada, concertada e organizada pode vencer nas principais autarquias e a partir dessa vitória começar a cimentar a alternância em 2022, já que se enganam os que julgam que o MPLA a governar Angola, mesmo com a mudança de Presidente da República, irá fazer algo diferente, não".

Visão totalmente diferente tem o MPLA.

O deputado do partido no Governo João Pinto responde dizendo que “esses políticos visam enganar a cabeça dos cidadãos” porque é preciso tempo para se alcançar o desenvolvimento.

"Alguns analistas, críticos e políticos têm medo do passado e procuram sempre confundir as pessoas, nós estamos na fase em que estamos resultante de alguns erros, teimosias de falhas humanas, mas devemos caminhar com respeito pela honra de todos e ver que temos que colaborar, solidarizarmo-nos para que Angola atinja os patamares de desenvolvimento que é sempre um desafio”, sustentou Pinto.

Organizações não governamentais não veem mudanças em Angola

Organizações não-governamentais angolanas dizem não notar quaisquer sinais de mudança por parte do novo Governo na aproximação e no diálogo com a sociedade civil, para além dos discursos políticos.

O Presidente da República, João Lourenço, tem dito que o seu Governo vai promover o diálogo com as organizações da sociedade civil visando obter apoios na sua cruzada contra a corrupção e na democratização de Angola.

Para o responsável da SOS-Habitat, André Augusto, as mudanças esperadas ainda não se fazem sentir, a começar pelo não reconhecimento, por parte do Executivo, da actividade que algumas organizações realizam no país.

Por seu turno, o director executivo do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia, Luís Jimbo, considera que o diálogo entre as organizações da sociedade civil e o Governo ainda é “bastante subjectivo”.

Aquele responsável associativo adianta que a razão reside no facto de se assistir a um conflito entre uma geração conservadora defensora dos princípios de luta pela independência e a jovem geração com desejo de mudanças de mentalidades. Voanews

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