Por Antunes Emc Muaquesse*
Não preocupa-se Mãe, teu filho de sofrimento teve um sonho - dormi, acordei e vi, Graças à DEUS, que revertemos a situação actual em Angola, demos a volta a instabilidade financeira, somos um povo vencedor, lutador e também bom perdedor (caso contrario, aprendamos), o País não terminou mal, no sonho, vi que as minhas irmãs e meus irmãos angolanos, tornaram-se mais criativos e activos, galei que tornaram-se empreendedores (até o desemprego diminuiu), investiram o kumbu do sacrifício, o salário coxito deu jeito, criaram pequenos negócios, sonhei que alguns capacitaram-se e começaram a concertar os telemóveis e computadores na praça do ex-congoleses e em outros pontos do país, abriram pequenos espaços para digitalizar, fazer cópia preto e branco e a cores, tirar fotos, enviar documentos pela internet ou via fax, abriram cantinas, os pedreiros, marceneiros, electricistas, serralheiros, sapateiros, mecânicos, pintores, estucadores, lavadores de carro, deixaram de dar jajão – ficaram sérios, cumpriam o tempo de execução dos serviços.
No meu sonho, vi que os meus manos e manas zungueiras organizaram-se, e com apoios, criaram postos de venda que funcionava até 17h30, dentro de ateliers móveis e pré-fabricados colocados na cidade, nos bairros, dentro de escolas, com possibilidade de remover após o serviço e deixar o espaço público livre, já não fugiam dos fiscais, estavam pomposos, e ainda contribuíam mensalmente para receita do Estado, com o Imposto de Rendimento Especial Único no valor de 776 kuanzas. Organizada, coordenada, transparente e com fiscalização séria, seríssima, usufruíam de crédito-subsidio do Estado, não das Instituições financeiras privadas.
Não acordei, queria ver mais o que havia no sonho, fiquei rijo, vi que os camponeses, os papas e mamas que têm lavras no Cacuaco, na Funda, Km 40 e outros, incentivados estavam, e em regime de cooperativa, produziam e seus produtos eram distribuídos em embalagens jeitosas, aos referidos ateliers que referimos, as mamas que vendiam na rua as hortaliças, frutícolas – tomate, cenoura, gimboa, couve, alface, repolho, rama-de-batata, quizaca, quinhame, mandioca, cebola, alho, gindungo, beterraba, manga, banana, goiaba, abacate, abacaxi, ananás, e outros, agora instaladas nas cabines pré-fabricadas recebiam o produto todas as manhãs e pagavam directamente aos fornecedores, a logística funcionava, as entregas eram feitas até as cadeias hoteleiras, militares, polícias, saúde, etc.
Bem estruturado e com excedente de produção, estes produtores receberam orientação, conselhos técnicos sobre as medidas sanitárias e fitossanitárias bem como as normas de qualidade, aplicaram os princípios da economia de escala e começaram a vender-exportar para países vizinhos, os serviços aduaneiros e não aduaneiros, colaboraram, simplificaram e subtraíram o custo do processo de exportação, minha velha, começaram a exportar em maiores quantidades em relação as empresas, agiram, encontraram outros meios de trazer dinheiro para o País.
Todos estavam empolgados cada um à sua tarefa, os estudantes concluíam o ensino superior e não se atrapalhavam somente em ir trabalhar à Administração pública ou Empresa Estatal, nos seus pequenos negócios conseguiram empregar outros irmãos e irmãs, tornaram-se gente. Hum pai, isso é só sonhué mô irmão, você né sabe o que sonhaste, me deixa i vende! – Mama, ainda tem, fomos (Angola) galardoados com o prémio Nobel de Iniciativas Socioeconómicas – É pai xau.
Angola á frente, África em frente.
´´Quem uma profissão tem, um Castelo forte possui… Provérbio Berbere``
*Mestre em Logística
Esp. em Comércio Internacional