Segunda, 14 de Julho de 2025
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Segunda, 14 Julho 2025 11:21

Protesto inútil contra a retirada dos subsídios

A retirada dos subsídios aos combustíveis em Angola surge não apenas de uma “obsessão ideológica” como sugeriu o Rui Verde no Maka Angola, ou de um desejo do Governo de maltratar as pessoas, porem decorre da facto que material da insustentabilidade do subsidio aos combustíveis em Angola, por conta do aumento acelerado do numero de utentes, ao mesmo tempo que a produção sofre um declínio e o preço do petróleo esta baixo por conta de política comercial praticada pela Arábia Saudita e os EUA. Como podem ver, marchar não muda estes factos.

A produção de petroleiro per capita de Angola, ou seja por cada 100.000 habitantes, caiu para 11 barris per capita, quatro vezes menor do que seu pico de 2010 e duas vezes menor que o valor do ano 2000. Para ter uma ideia de nossa nova pobreza, os Emirados Árabes Unidos (Dubai) produzem 49.5 barris per capita de maneira sustentável.

Ou seja, sendo o petróleo a nossa maior fonte de rendimento, por constituir 90% da exportação e 70% das receitas do Estado, Angola tem muito menos recursos hoje do que no passado.

Este quadro advém tanto da queda da produção petrolífera, desde seu pico de 2010, com 2 milhões de barris por dia comparando com os 1,1 de hoje, como do aumento demográfico que fez a população de Angola aumentar de 12 milhões de pessoas para 32 milhões de pessoas.

Como que Angola vai sustentar este subsidio, que custou 15 bilhões de dólares ao Estado no período que vai de 2021 a 2024, quando a população de Angola for 45 milhões de pessoas em 2035 ?

O facto geológico da queda da produção petrolífera e o facto demográfico do crescimento da população nacional são ignorados, com parte do sociedade a perder tempo com marchas e com teorias da conspiração sobre “falta de vontade política”.

Sendo a geologia angolana imutável, só nos resta mudar sua demografia ou aceitar que a pobreza vai ser a consequência natural do aumento de encargos diante da estagnação da receita.

Protestar diante da embaixada da Arábia Saudita teria sido o único acto de alguma eficácia que poderia ter sido feito no dia 12.

O problema do contrabando.

A irracionalidade do debate continua nas sugestões feitas para por fim ao contrabando sem retirar o subsidio, que se resumem a venda de combustível Angolano aos países vizinhos quando estes nao tem carência de combustível no mercado internacional, querendo na verdade combustível a preços subsidiados pelo governo Angolano.

Antes do inicio da retirada dos subsídios, o contrabando chegava a gerar escassez de combustível. Roboredo Garcia

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