Este pormenor terá feito com que os grupos rebeldes e terroristas em quase todo mundo optassem por uma solidariedade de ‘’PASUE’’, de forma a ajudar combater o vírus que não tem ideologias nem interesses em atingir o fim último das lutas políticas, ideológicas e religiosas ‘’o PODER’’.
Todavia, enquanto, além-fronteiras as organizações continentais aprimoram as estratégias de recuperarem economicamente os seus Estados que se encontram debilitados devido da situação provocada pela Covid-19, em África parece ser diferente, pois, o velho fantasma que excita às lideranças africanas optarem por violências e vias ilegais; parece ter acordado, novamente, num momento em que poderia até aproveitar descansar um pouco, isso se olharmos de forma antecipada à crise que o continente berço irá viver devido à pandemia da Covid-19.
Desta vez, o cenário negro que tem caracterizado a jovem África independente vem do Mali, um Estado situado na África Ocidental com uma independência alcançada no chamado ano de Africa (1960) cujos conflitos internos tiveram o seu início na mesma época e, ao andar do seu percurso vai alternando entre pequenas estabilidades e golpes de Estados. Infelizmente, O país registou mais um episódio repugnante na última terça-feira 18 do corrente mês, quando o presidente democraticamente eleito, Ibrahim Boubacar Keita, e vários membros do seu governo foram detidos pelas forças armadas, durante várias horas, num acto que mereceu uma atenção e rápida reacção da comunidade internacional, que obrigou aos militares a libertação imediata do líder do país, por constituir um acto claro golpe de Estado e uma autêntica violação da constituição maliana.
Depois de várias horas de negociações, Ibrahim Boubacar Keita, foi obrigado a renunciar o cargo de Presidente do Mali, caso quisesse sobreviver.
Estes cenários típicos e viciosos em África, têm sido apresentado por vários estudiosos ligados ao campo das Relações Internacionais e Ciência Política, como sendo uma das causas que contribui para fragilidades dos Estados africanos.
A fragilidade dos Estados africanos remetem-nos à colabora com Venâncio (2012), aquando da sua reflexão sobre às democracias em África. Nesta visão podemos destacar 5 pontos fundamentais que fragilizam o continente berço da Humanidade: 1) A debilidade do Estado de direito; 2) A impotência do Estado; 3) A debilidade ou quebra da economia; 4) A fragilização da sociedade; 5) A fraca visão governativa de vários líderes africanos.
De qualquer modo, em África, perdeu-se o sentido de democracia em apreço, sobretudo no que respeita ao exercício governativo, em parte, ou num todo com a emergência do Estado moderno que às sociedades actuais necessitam.
Numa altura em que a União Africana encontra-se totalmente debilitada, agravando-se pelo contexto actual, motiva-nos deixar a seguinte questão para reflexão: Qual é a solução para África?
Por Reginaldo dos Santos;
Mestre em Relações Internacionais
Pós-graduado em Geoestratégia