Sexta, 19 de Abril de 2024
Follow Us

Quarta, 25 Junho 2014 13:55

O governador do BNA é Angolano ou é Estrangeiro?

Quando estranhamente afirma que as deslocações para o exterior do País os cidadãos têm que utilizar os instrumentos que estão hoje a disposição no mercado, cartões de débito, crédito, todos eles de marca internacional quem estará a ganhar com isto?

Quando o mesmo afirma : “O conselho é que os mesmos junto da banca comercial melhorem a sua relação e usem todos os meios neles disponíveis para efeito”, que meios disponíveis que relação tem que ser melhorada e com que Banca? A de matriz estrangeira onde são canalizados as maiores dotações cambiais? Porquê a fatia de divisas para os outros bancos e casas de câmbio (de tanto perderem a fidelidade dos clientes e o seu objetivo económico na sociedade angolana, algumas casas de câmbio simplesmente fecharam), salvo algumas que até se querem internacionalizar, mais uma vez a pergunta, quem está por detrás das mesmas?

Os entendidos na matéria e participantes a própria reunião “com empresários”, afirmaram que saíram do encontro com o Governador do BNA com a convicção de que as coisas realmente estão mal  e que o Governador do BNA não precisava de os convidar para aquele encontro absolutamente desnecessário, o importante sim é que ele saiba o que é gestão cambial num País que se encontra em fase da diversificação da economia, investimentos públicos e privados e com uma classe empresarial ainda crescente. Outrossim as casas de câmbio e bancos de matriz angolana continuamente penalizados pelas medidas do Governador do BNA, os bancos comerciais de matriz estrangeira dominam o mercado cambial, o acesso a sala de mercado continua a ser gerido pessoal e administrativamente pelo Governador José Massano, os seus interesses pessoais põe em causa a transparência da dita sala de mercado (onde só uns é que compram), os administradores e técnicos seniores do BNA afirmam nos corredores que não só há excesso de interferência estrangeira (Consultores a serviço de quem?), que ditam as regras descontextualizadas que a economia angolana vive, como exemplo um Deputado Russo Yevgeniy Fyodorov da United Russia (Rússia Unida) propõe uma Lei que reduza a influência de consultores americanos que sugere que a a economia Russa se proteja de influência direta estrangeira e e da sua encapuçada manipulação e cito o seguinte excerto :

 “The Russian economy is only growing 0.5 percent a year because foreign consultants are lobbying for their own state. A few days ago we discussed the Central Bank’s report and the deputy chairman directly stated that the mass bankruptcy of Russian banks were a result of foreign consultations,” the MP said in an interview with mass circulation daily Izvestia.

Tradução : "A economia russa só cresce 0,5 por cento ao ano, porque consultores estrangeiros estão fazendo lobby para os seus próprios Estados. Alguns dias atrás nós discutimos o relatório do Banco Central e do vice-presidente do Parlamento diretamente afirmou que a falência em massa de bancos russos foram resultado de consultas externas ", disse o deputado em entrevista ao diário Izvestia.

conforme o link : http://rt.com/politics/167020-russia-us-consulting-bill/ . 

Longe do equilíbrio e da ausência da crise de divisas como afirmou o Governador do BNA, José Massano, no dia 23/06 do corrente ano, verdadeiramente o ambiente mantêm-se e como prova disto basta ler as declarações proferidas pelo Ministro das Finanças de Angola ao Semanário Expansão, para ilustrar que existe uma desorganização (talvez até organizada) do BNA, ausência de rumo na condução da política cambial e inflação, a taxa do mercado formal não está tranquila e o mercado informal continua com uma depreciação elevada e com uma maior expressão na economia nacional, perdendo assim o mercado cambial formal o seu espaço de intervenção na economia.

Senão vejamos, a atual especulação e instabilidade geral de preços, mostra por si que se o mercado cambial formal se situasse a níveis aceitáveis, os cidadãos, os empresários, os agentes económicos não recorreriam ao mercado informal de forma atrós. Daí que se pode apenas concluir o seguinte, compra de divisas para alguns no mercado formal para muitos outros grossistas e importadores da sesta básica (apesar do muito que se tem feito ainda existe um enorme défice), no mercado informal ou pela banca de matriz estrangeira, resultando este facto no aumento dos preços para os consumidores, logo a subida dos preços e a presença da inflação real e não a cosmética várias vezes apresentada pelo Governador do BNA.

Outro exemplo mais realista temos o Artigo publicado no Jornal Expansão pelo economista Carlos Rosado de Carvalho, no dia 23/06/14,  http://expansao.co.ao/Artigo/Geral/47330  que dentre outras diz o seguinte : …“As empresas não têm melhor sorte. Nos bancos amontoam-se as ordens de transferências de firmas angolanas para fornecedores estrangeiros. Segundo as minhas fontes, os atrasos nas transferências para o exterior rondam um mês.”… “Em geral, numa economia de mercado, quando um plano não se adequa a realidade é o plano que tem de se ajustar à realidade e não a realidade que tem de se ajustar ao plano. Se é verdade que plano de desdolarização da economia do BNA vai no bom sentido, não é menos certo que é preciso ouvir o povo, no caso os agentes económicos.”…

O espírito de “sabe tudo” do Governador e dos seus consultores podem perigar o almejado objectivo do executivo que se consubstancia na estabilidade monetária, cambial e fiscal.

António Carlos José da Silva*

Rate this item
(0 votes)