"Em Cabinda não há guerra e a informação não corresponde à verdade", disse ao Novo Jornal uma fonte do Estado-Maior salientando que no enclave há livre circulação de pessoas e bens, refutando os sucessivos comunicados que nas última semanas têm sido enviados à imprensa pela FLEC, divulgando a morte de, pelo menos, meia centena de militares das FAA.
As Forças Armadas de Cabinda (FAC), braço militar da Frente de Libertação do Estado de Cabinda afirmou em comunicado ter matado, num ataque alegadamente realizado na semana passada - o último de vários anunciados mas nunca confirmados por fontes independentes -, 12 soldados das Forças Armadas Angolanas.
"Uma coluna de três veículos do exército angolano foi alvo de uma emboscada das forças da FLEC/FAC", lê-se num comunicado enviado à imprensa.
Desde o mês passado, os militares separatistas já deram conta da morte de 50 pessoas em emboscadas, segundo a Reuters.
As FAC anunciaram em Fevereiro o regresso à luta armada em defesa da independência da província até que Luanda se disponibilize "séria e concretamente" para o diálogo. A FLEC, contudo, condena a decisão da força militar, defendendo que o conflito leva à "deterioração do clima político".
O movimento luta pela independência de Cabinda, província de onde provém a maior parte do petróleo angolano, e considera que o território é um protectorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885.
Cabinda é a província geograficamente mais a norte das 18 províncias da República de Angola, sendo um enclave limitado ao norte pela República do Congo, a leste e ao sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.
A capital da província de Cabinda é a cidade de Cabinda, conhecida também com o nome de Tchowa ou Tchiowa.
Tem uma superfície de 7 283 km e cerca de 716 076 habitantes.
A população de Cabinda pertence na sua quase totalidade aos povos bantu, mais concretamente ao grupo Fyote, cuja língua, o Ibinda, é um dos dialectos do kikongo.
NJ
