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Domingo, 30 Outubro 2022 00:31

AngoSat-2 continua a comunicar perfeitamente com as estações de controlo na Rússia e Angola

O Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) anunciou, este sábado, que o ANGOSAT-2 está em órbita e a comunicar perfeitamente com as estações de controlo na Rússia e em Angola.

Após o lançamento, a 13 de Outubro, a partir da estação de Baikonur, Cazaquistão, o satélite percorreu o seu trajecto normal rumo à posição 23E do espaço geoestacionário. O mesmo será baseado na plataforma Eurostar-3000.

A publicação do GGPEN, na sua página no Facebook, surge em resposta a notícias postas a circular nas redes sociais de que o satélite angolano de telecomunicações estaria incomunicável, citando, inclusive, uma suposta fonte do Sputnik News.

O GGPEN afirma que, até ao momento, o satélite está a responder como o esperado.

“Qualquer informação oficial sobre o satélite angolano está a ser divulgada através dos canais de comunicação do GGPEN”, reforça a publicação.

O GGPEN disponibilizou ainda o link https://www.n2yo.com/?s=54033 para quem queira seguir a movimentação, em tempo real, da posição do satélite.

De recordar que na conferência de imprensa realizada em Baikonur, Cazaquistão, no dia 13 de Outubro, foi informado que as chances do satélite apresentar qualquer erro eram muito reduzidas.

"Podemos falar, sem medo de errar, que a probabilidade de alguma coisa falhar é extremamente pequena e estamos satisfeitos com tudo aquilo que foi feito até agora”, disse, na altura, o ministro Mário Oliveira.

Com duas toneladas e uma alta capacidade de transferência de informação, o ANGOSAT-2 percorreu 36 mil quilómetros da superfície terrestre até à órbita geoestacionária.

O ANGOSAT-2 tem uma capacidade de transmissão sete vezes maior que a do ANGOSAT-1, que tinha 16 retransmissores na Banda C e seis na Banda KU.

Com 15 anos de tempo de vida útil, o ANGOPST-2 tem ainda seis “transponders” na Banda C, 24 na Banda KU e, como novidade, um retransmissor na Banda KA.

Trata-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), com peso total de duas toneladas, preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite).

O satélite vai cobrir o continente africano, com maior ênfase para a região sul, e parte significativa do sul da Europa.

Este satélite começou a ser construído a 28 de Abril de 2018, nas instalações da Airbus, em França, onde foi instalada toda a carga útil do satélite, todos os componentes que estão a permitir o seu funcionamento.

A estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade "fechada" de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk, na região da Sibéria, onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque. Seguiu-se a transferência para o local de lançamento, na estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão, de onde saiu para a órbita espacial.

O ANGOSAT-2 surgiu com a missão de substituir o ANGOSAT-1, o primeiro satélite angolano que foi lançado em órbita a 26 de Dezembro de 2017, mas desde então enfrentou problemas.

A construção é consequência do protocolo complementar entre Angola e a Federação Russa ao contrato de fabricação do ANGOSAT-1, lançado em Dezembro de 2017, mas que depois se perder telemetria no espaço e apresentar problemas após a sua recuperação.

Custo anual com aluguer de banda equivale a um satélite

Dados do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional ajudam a compreender as vantagens do país em possuir satélite próprio.

Por exemplo, Angola perde entre 15 e 30 milhões de dólares mensalmente em pagamento de aluguer de largura de banda a empresas de satélites estrangeiras. No prazo de um ano, o valor gasto corresponde ao preço de um satélite de telecomunicações.

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