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Sábado, 28 Junho 2014 19:35

População do Bié reza em memória dos Mártires da Resistência do Cuíto

A cidade do Kuito durante a Guerra civil A cidade do Kuito durante a Guerra civil

Cuíto - Cerca de três mil cidadãos de vários estratos sociais no Bié rezaram neste sábado no cemitério monumento, a 7 quilómetros a norte da capital da província, em memória dos Mártires da Resistência do Cuíto, num culto ecuménico promovido pelo Comité Intercolegial para a paz em Angola (COIEPA).

O acto testemunhando pelo vice-governador do Bié para área política e social, Carlos Ulombe da Silva, marcou o 20º aniversário da libertação da população do cerco de nove meses de guerra, pelo controlo da cidade do Cuíto.

Durante o culto vários grupos corais em representação das igrejas sedeadas na província do Bié entoaram canções que relembram a dor e o sofrimento das viúvas e órfãos resultantes do conflito armado.

O pastor da Igreja Evangélica Congregacional dos Irmãos em Angola (IECA), Bernardo Lucas Vongula, na sua pregação, pediu o respeito pela memória das mais de sete mil pessoas que repousam no cemitério monumento, vítimas da guerra, realçando que o sangue dos Mártires constitui a semente dos cristãos.

O pastor da IECA aferiu que nesta data consagrada aos Mártires do Cuíto o povo Angolano, em particular do Bié, deve dar um contributo a altura dos feitos dos antigos combatentes que se debateram de forma histórica pela defesa da região.

O vice-governador, Carlos Ulombe da Silva, considerou o 28 de Junho como uma referência obrigatória para os citadinos do Cuíto e não só, através da sua história contemporânea e daquela população mártir.

De acordo com Carlos da Silva, o 28 de Junho será sempre dedicado a todos os heróis e heroínas do país que se sacrificaram de diversas formas e deram as suas vidas para impedir a ocupação da província e do país no geral.

Estes heróis, referiu o vice-governador do Bié, contribuíram de certa maneira para o alcance da paz definitiva em Angola, através da experiencia de um enorme conflito que durou décadas, afirmando que está a renascer uma sociedade que todo o Angolano se orgulham.

O cemitério dos Mártires do Kuito foi erguido com a finalidade de permitir a passagem do testemunho às novas gerações sobre os acontecimentos que levaram a morte de milhares de angolanos na década de 90. Nele estão sepultados os restos mortais das vítimas.

O cemitério ocupa uma área de 75 mil metros quadrados, possui três casas de apoio, sendo uma capela, casa administrativa e um museu que contém alguns artefactos encontrados junto dos corpos, nomeadamente retratos, documentos e restos do material usado durante a guerra.

Angop

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