Em causa estão residências nas quais os recenseadores não conseguiram contactar com os agregados familiares, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, em conferência de imprensa realizada para assinalar o fim da operação oficial.
De acordo com o diretor-geral do INE, Camilo Ceita, o atraso verifica-se nos municípios de Viana e Cacuaco (província de Luanda), Benguela e Lobito (Benguela) e Chitato e Lucapa (Lunda Norte), o equivalente a cerca de 1% das casas a recensear.
"Como devem imaginar 500 habitações num universo de um pouco mais de cinco milhões, portanto podemos considerar que o nosso objetivo foi atingido", afirmou, durante a conferência de imprensa, Camilo Ceita.
Além disso, explicou, a linha telefónica de apoio ao processo vai permanecer ativa por mais sete dias para permitir recensear "aqueles que, por uma ou outra razão, ainda não tenham sido recenseados poderem fazê-lo".
"Teremos equipas móveis que poderão ocorrer para que este recenseamento possa ser de facto efetivo", disse ainda, citado pela agência de notícias angolana Angop.
Agora vamos recolher todos os questionários de todas as comunas para o processamento da informação, seguido do tratamento da informação, para que, no prazo de até 4 meses podermos ter os dados preliminares”, referiu.
O censo geral da população e da habitação de Angola decorreu, em termos de calendário oficial, entre 16 de maio e 31 de maio, envolvendo mais de cem mil pessoas e todo o tipo de meios de transporte.
Camilo ceita afirmou que pela extensão territorial que o país possui, valeu o desafio e sublinhou que os resultados preliminares serão conhecidos num prazo de 4 meses.
“Achamos que nos podemos orgulhar, por ser a primeira vez, por termos de gerir cerca de 150 mil pessoas, e por termos um país que somente tem 12 anos de paz, e pela extensão que o país tem, valeu o desafio.
A última contagem da população angolana aconteceu há 44 anos, sendo esta a primeira a realizar-se desde a independência do país e uma das operações mais mobilizadoras da sociedade angolana desde o fim da guerra.
Estima-se que a população angolana seja, na atualidade, superior a 21 milhões de pessoas.
Agentes censitários começam a receber os seus salários a partir do dia 10 de Junho
Camilo Ceita, anunciou para o próximo dia 10 de Junho, o inicio do pagamento dos subsídios dos recenseadores e demais agentes envolvidos no processo.
“Já estamos a processar os salários, todos vão receber os seus salários, mesmo aqueles que ainda não tenham os contratos, por também, algumas províncias tiveram algumas dificuldades em mandar-nos as listas para que nós pudéssemos emitir os contratos, mesmo assim, a partir do dia 10 de Junho vamos começar a pagar os salários, através do banco BPC, porque é o banco que está a trabalhar conosco”, asseverou.
Onde não for possível, por questões operacionais, no caso dos menores de idade, poderá eventualmente, ser feita uma ordem de pagamento, para que eles possam ir ao banco levantar o seu dinheiro.
Camilo Ceita assegurou que, “não há problema nenhum, há cobertura financeira para isso”, no entanto apelou a paciência, para que não se comece a reclamar já o pagamento.
“Há procedimentos administrativos a serem observados, muitos não tinham conta bancária, tivemos que obriga-los a abrir uma conta, para não manipularmos o dinheiro a torta e a direita, porque é muito perigoso, e para habituarmos também a população a aceder ao sistema bancário”, referiu.
Lusa/RNA
