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Quarta, 04 Fevereiro 2015 14:32

Governo rejeita recuperar feriados da luta anticolonial em nome da produtividade

O ministro da Administração do Território angolano, Bornito de Sousa, disse hoje que o executivo não prevê restabelecer algumas datas históricas da luta anticolonial do país, como feriados nacionais, face à necessidade de aumentar a produtividade.

O ministro presidiu hoje à comemoração do 54.º aniversário do início da luta armada de libertação de Angola da colonização portuguesa realizada no município de Kiwaba Nzoji, em Malanje, que permanece como feriado nacional.

Outras datas históricas, como o 04 de Janeiro (dia dos Mártires da Repressão Colonial), o 15 de Janeiro (Dia dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria) e o 15 de Março (dia da Expansão da Luta Armada de Libertação Nacional), passaram desde 2012 ao estatuto de "celebração nacional".

Na sua intervenção oficial na cerimónia, que assinalou a revolta popular de 1961 contra instituições do poder colonial em Luanda, o ministro reconheceu que têm surgido pedidos da sociedade para fazer regressar algumas destas datas ao estatuto de feriado.

No entanto, sublinhou, no anterior modelo e segundo o levantamento realizado pelo Governo, o país passaria cerca de 30 dias "sem trabalhar".

"De facto, para um país se desenvolver precisa de trabalhar. Se o país para, se o país não trabalha, fica pobre. Se o país fica pobre, a sua população, a sua juventude, os seus homens, mulheres, velhos, crianças, ficam também pobres", apontou.

Apesar de a redução para uma dezena do número de feriados nacionais, o governante garantiu que a importância dos dias que deixam de ser feriado é a mesma.

"Têm a mesma dignidade que as outras datas, só que durante as datas de celebração nacional continua a trabalhar-se, não se para o trabalho. Mas a dignidade da data mantém-se", insistiu Bornito de Sousa.

A cerimónia de hoje, realizada no município de Kiwaba Nzoji (norte), marcou o arranque oficial das comemorações dos 40 anos da independência de Angola, concretizada a 11 de novembro de 1975.

"Vamos celebrar a independência em todas as províncias, em todos os municípios, em todas as cidades, vilas, bairros e povoações. Todo o povo deve celebrar a independência nacional", rematou o ministro angolano durante a sua intervenção, em representação do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.