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Sexta, 28 Fevereiro 2025 13:17

Bispos pedem discursos de “paz e perdão” nas celebrações da independência de Angola

Os bispos católicos angolanos exortaram hoje as autoridades e políticos e evitarem discursos de ódio e de reabertura de feridas do passado nas celebrações dos 50 anos de independência de Angola, “priorizando” valores da liberdade, paz, reconciliação e perdão.

Com as atividades para celebrar os 50 anos de independência nacional, que se assinala em 11 de novembro de 2025, já em marcha, os bispos angolanos incentivaram hoje as autoridades e todos os políticos a fazerem destas festividades “um verdadeiro jubileu” que priorize "os valores da liberdade, da paz, da reconciliação nacional, do perdão, da misericórdia e de um olhar mais positivo e honesto para o futuro evitando os discursos de ódio e da reabertura das feridas do passado”, segundo o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Belmiro Chissengueti.

Governantes e políticos devem ajudar as novas gerações a terem uma “mentalidade tolerante, pluralista e democrática” sem ressentimentos “daquele passado sinuoso”, referiu o religioso.

Belmiro Chissengueti, que apresentava hoje em conferência de imprensa as resoluções da 1.ª Assembleia Plenária Anual dos Bispos da CEAST, que terminou hoje em Luanda, defendeu que as celebrações da independência de Angola devem ser uma “festa de todos, com todos e para todos”.

“Que seja uma festa de todos os angolanos e na leitura deste todos é preciso ter a grandeza daquilo que é um jubileu, e precisamos um passo de reconciliação nacional e não de reabertura das feridas do passado”, reafirmou, em resposta aos jornalistas.

A plenária aprovou o esboço da Mensagem Pastoral para a Celebração dos 50 anos de Independência de Angola, cujo teor será divulgado apenas em julho próximo.

O colégio episcopal, reunido em plenária entre 24 e 28 de fevereiro, recomendaram às autoridades angolanas que repensem os concursos públicos nacionais no setor da saúde e da educação, criando condições para a permanência dos candidatos admitidos nas zonas mais recônditas do país.

“Constatamos que o Estado [angolano] faz concursos públicos que são nacionais, os candidatos concorrem e são admitidos, mas a verdade é que grande percentagem desses candidatos admitidos nos concursos depois não vai lá para trabalhar, mesmo com contratos assinados e salários”, referiu o porta-voz da CEAST.

No capítulo eclesial, os bispos angolanos aprovaram o estatuto do delegado episcopal para a Educação e o plano estratégico da Comissão Episcopal de Justiça e Paz e defenderam a necessidade de as dioceses darem prioridade à formação doutrinal, humana, espiritual e intelectual dos catequistas.

Continuar o processo de criação de novas dioceses para permitir uma melhor proximidade de pastoral e continuar a trabalhar no processo da regularização da segurança social do clero, dos religiosos e dos trabalhadores das instituições da igreja constam ainda das recomendações do encontro.

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