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Sábado, 19 Fevereiro 2022 09:37

Frente Patriótica Unida continua em "gestação" a seis meses das eleições em Angola

A seis meses das eleições gerais em Angola, a plataforma eleitoral Frente Patriótica Unida (FPU) lançado pelo presidente da UNITA, principal partido da oposição, Adalberto Costa Júnior, presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Vieira Lopes, e líder do chamado projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, continua em gestação, mas os contornos levantam muitas perguntas.

E também há críticas, como as de um dirigente do BD.

A UNITA, segundo o seu o seu secretário-geral, está a conversar com os líderes do BD, e não com os militantes, sobre o modelo da FPU.

“Ao nível do Bloco Democrático, temos preferido falar com a liderança legitimada pela convenção e não com outras pessoas, senão estaríamos a inferir na vida de outros partidos”, afirma Álvaro Chicuamanga em conversa com a VOA.

Entretanto, Chicuamanga remete para “as próximas” horas um esclarecimento sobre o assunto.

O debate sobre o modelo de coligação veio à tona depois do dirigente do BD, Américo Vaz, ter-se manifestado contra a integração na UNITA dos militantes do partido como condição para fazerem parte da plataforma política, ainda sem reconhecimento oficial

Por sua vez, um dos líderes do projecto Pra Já –Servir Angola, Serafim Simão, assegura que no próximo mês de Março a liderança da FPU vai dar os devidos esclarecimentos sobre a matéria e assegurou que “as coisas têm estado a correr tudo bem”.

Simão garante haver “harmonia, quer nos líderes quer nas estruturas partidárias”.

Na terça-feira, 15, Américo Vaz disse à VOA que o modelo “aprovado pela maioria” na última Convenção do partido previa a entrada do partido numa coligação eleitoral, mas sem perder a sua identidade e personalidade.

Vaz, candidato derrotado na última corrida ao cadeirão máximo da BD disse “ está fora”, de qualquer entendimento que pressuponha a perda de militância a favor da UNITA.

Crescendo de Pressão Externa Anti-fraude Eleitoral

Os EUA e a União Europeia estão a considerar as "obstruções" de que o regime vem dando mostras no que concerne à participação de ambos no dispositivo internacional de observação das eleições, como uma nova evidência de preparação de fraude. A atitude do regime, já verificada em eleições de 2017, é vista como destinando-se a ocultar aspectos eventualmente melindrosos do seu sistema eleitoral.

A criação de um clima internacional anti-fraude em Angola pode igualmente vir a influenciar iniciativas externas, de natureza política e judicial, destinadas a criar embaraços à INDRA, empresa espanhola mais uma vez contratada para assegurar a electrónica e a logística eleitoral. A actividade anterior da empresa, não apenas em Angola, como também em países da América Latina, tem sido posta em causa pela própria imprensa espanhola.

Várias organizações não-governamentais (ONG) e mais de uma dezena de membros da sociedade civil angolanas dirigiram, uma carta à Presidência do Conselho da União Europeia, ao Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), ao Congresso norte-americano, ao primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sanchez, e à União Africana, a manifestarem “profunda preocupação pela obscura contratação da empresa Indra”, seleccionada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para fornecer a solução tecnológica e logística para as eleições de Agosto deste ano.

Os subscritores da carta, que foi igualmente enviada em cópia para outras tantas entidades e organizações mundiais, como embaixadores e altas figuras do panorama político internacional, queixam-se de um processo de contratação que classificam como “pouco transparente”, e que, na óptica dos signatários, “não seguiu os requisitos contratuais básicos da sã concorrência”.

VOA/AM

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