"No momento em que falamos, o número de mortos em Dar Es Salam é de cerca de 350, e há mais de 200 em Mwanza. Se somarmos os números de outras zonas do país, chegamos a um total de cerca de 700 mortos", declarou o porta-voz do Chadema, John Kitoka, à agência de notícias France-Presse (AFP).
"A nossa mensagem ao Governo é: parem de matar os nossos manifestantes. Parem com a brutalidade policial. Respeitem a vontade do povo, que é a justiça eleitoral", apelou o porta-voz do Chadema, que anunciou para hoje novas manifestações na capital comercial, Dar Es Salam.
A AFP reportou também que uma das suas fontes na área da segurança avançou um balanço de mortes semelhante e confirmou que centenas de pessoas estão hoje a manifestar-se.
Um representante da Amnistia Internacional, ouvido pela AFP, indicou ter recebido informações sobre pelo menos 100 mortos na Tanzânia nos últimos dois dias.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também apelou hoje às forças de segurança da Tanzânia para que não recorram a uma força "desnecessária ou desproporcionada" contra os manifestantes, após os episódios de violência eleitoral.
"Instamos as autoridades a garantirem investigações rápidas, imparciais e eficazes sobre todos os casos de violência relacionados com as eleições", declarou o porta-voz do Alto Comissariado, Seif Magango, em conferência de imprensa.
O Chadema foi excluído das eleições por se recusar a assinar o código eleitoral que, de acordo com o partido da oposição, não incluía as reformas exigidas, apelando ao boicote das eleições. O líder, Tundu Lissu, detido em abril, está a ser julgado por traição, uma acusação punível com a pena de morte.
O candidato do outro principal partido da oposição, Luhaga Mpina, do ACT-Wazalendo, foi desqualificado por razões processuais.
"Na realidade, não houve eleições. Precisamos de um Governo de transição que nos conduza a uma votação livre e justa", acrescentou John Kitoka.
Desde quarta-feira que vários protestos exclodiram na Tanzânia, principalmente em Dar Es Salam, com os manifestantes a criticarem a Presidente, Samia Suluhu Hassan, que procura um segundo mandato, e o partido no poder Chama Cha Mapinduzi, que governa o país desde a independência em 1961.
O exército já foi visto a patrulhar as ruas e um recolher obrigatório foi anunciado logo na quarta-feira.
 
     

 
				 
				
				
				
				
							 
				
				
				
				
							 
				
				
				
				
							 
				
				
				
				
							