Os antigos guerrilheiros, que acusam Ossufo Momade de ser “incapaz” de continuar na liderança da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e exigem a sua demissão, estão a ser retirados da sede do partido, em Maputo, e a ser colocados em autocarros.
Depois, a polícia retirou também os antigos guerrilheiros que haviam ocupado hoje o gabinete do presidente do partido, num outro edifício.
“Pretendemos que o partido paralise as atividades porque, a caminharmos assim, vamos ao abismo. Com a liderança do presidente Ossufo Momade nós não chegaremos a lado algum. E esta é a razão pela qual nós, os ex-guerreiros da Renamo, queremos que ele se demita”, afirmou à Lusa Edgar Silva, porta-voz do grupo que hoje tomou o gabinete de trabalho do líder do partido, no centro da capital.
No local já era visível um reforço policial ao início da manhã e a intervenção para acabar com a invasão do edifício acabou por acontecer.
Os antigos guerrilheiros da Renamo já tinham ocupado este mês a sede nacional, a poucas dezenas de metros, onde permanecem desde então, espalhando fotografias e cartazes do histórico líder fundador Afonso Dhlakama (1953-2018) no exterior, com a mesma reivindicação.
“Simplesmente achamos que o presidente é incapaz de dirigir os destinos deste partido. Sendo incapaz, ele que ceda, abra-se para os outros quadros poderem tomar o leme deste partido. Porque assim não vamos chegar a bom porto”, insistiu Edgar Silva, antigo guerrilheiro da Renamo na província de Nampula, norte do país.
A direção da Renamo tem apelado ao respeito pelos órgãos do partido, pedindo que as divergências, que estão a levar antigos guerrilheiros a tomar instalações em todo país, sejam resolvidas internamente.
Ossufo Momade, cuja liderança já tinha sido questionada anteriormente, assumiu a presidência da Renamo em janeiro de 2019, após a morte de Afonso Dhlakama e foi reeleito para o cargo em maio de 2024, num processo fortemente contestado internamente.