Blaise Compaoré pediu a realização de eleições "livres e transparentes" no prazo de 90 dias, segundo um comunicado citado pela agência France Presse.
"A partir de hoje, Blaise Compaoré já não está no poder" anunciara pouco antes o coronel Boureima Farta, levado em ombros pelos militares.
Dezenas de milhares de pessoas saíram hoje às ruas de Ouagadougou para exigir a saída do presidente, Blaise Compaoré, que na quinta-feira, depois de tumultos que fizeram cerca de 30 mortos, recusou abandonar o cargo.
Os manifestantes dirigiram-se para junto do edifício do Estado-Maior das Forças Armas gritando "Blaise fora!".
O líder da oposição, Zephirin Diabre, pediu hoje aos seus apoiantes que "mantenham a pressão" sobre o presidente "ocupando espaços públicos".
As forças armadas do Burkina Faso anunciaram na quinta-feira a dissolução do governo e do parlamento, a instauração de um recolher obrigatório e a criação de um órgão de transição, depois de o presidente, no poder há 27 anos, ter afirmando que não se demite, num discurso transmitido pela televisão.
Os protestos no país foram desencadeados contra Blaise Compaoré que queria seguir os exemplos dos presidentes de Angola, Algeria, R. Congo, Camarões, R.D. Congo, Tchade, Rwanda e Burindi que fizeram ou tentam fazer revisão da Constituição para se perpetuar no poder. O projeto foi retirado, mas a oposição mantém a exigência de que Compaoré abandone o cargo.
AO24