A iniciativa decorre em cumprimento das orientações do Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço, e, embora tenha sido lançada em Cabinda, será posteriormente estendida a outras províncias com fronteiras terrestres.
Para efectivação do processo, segundo o ministro do Interior, todas as forças que compõem o MININT vão trabalhar em conexão para avaliar os factores que contribuem para a imigração ilegal, os agentes internos da Administração Local do Estado que participam e promovem tais práticas, bem como os membros das comunidades que, no entender de Manuel Homem, muitos deles são coniventes.
O ministro do Interior defendeu a necessidade de se continuar a aprimorar as condições de actuação das forças, principalmente da Polícia de Guarda Fronteira (PGF) ao nível da província de Cabinda, tendo em conta a vulnerabilidade fronteiriça, cuja extensão é de cerca de 1.200 quilómetros partilhados com a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Congo (RC). “Preocupado com essa matéria, o Comandante-em-Chefe orientou a criação de melhores condições de asseguramento, ao longo das nossas fronteiras, e da actuação dos órgãos que intervêm neste domínio”, frisou.
No final da reunião, o 2.º comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Orlando Bernardo, ressaltou que a “Operação Conexão” será implementada num período de 45 a 50 dias, seguido de balanço sobre os resultados alcançados.
“Depois deste período, voltaremos aqui para fazer o balanço, corrigir as falhas e dar sequência ao programa”, disse, tendo reiterado que a imigração ilegal tem uma ligação implícita com os níveis de criminalidade em Cabinda.
Segundo Orlando Bernardo, cerca de 30 por cento dos reclusos internados nas unidades prisionais de Cabinda são cidadãos expatriados, maioritariamente da RDC.
Outra situação agravante, acrescentou, prende-se com o contrabando de combustíveis e acções de exploração ilegal de madeira e ouro, que na maior parte das vezes, também, são praticados por indivíduos oriundos da RDC em situação migratória ilegal.
Orlando Bernardo adiantou que a “Operação Conexão” vai durar o tempo que for necessário até que se consiga mitigar todas as questões ligadas ao fenómeno da imigração ilegal, que pode colocar em causa a soberania do país.
A operação, esclareceu, vai envolver, especificamente, a identificação de cidadãos no interior dos bairros, aldeias e regedorias, e o repatriamento dos imigrantes ilegais, sobretudo dos que estão implicados em actos criminosos.
“Esta operação poderá, também, afectar os cidadãos nacionais, sobretudo aqueles que facilitam e tratam documentos falsos para os imigrantes ilegais”, alertou.
