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Sexta, 10 Julho 2020 16:16

Luanda: Polícia angolana acusada de extorquir dinheiro a “candongueiros”

Em Angola agentes da Polícia Nacional está a ser acusada de usar o período de situação de calamidade pública, para extorquir dinheiro aos “candongueiros” ou táxis semi-colectivos informais, denunciam associações de taxistas.

Em Angola, os taxistas queixam-se da actuação dos agentes da Polícia Nacional, que acusamo de extorquir dinheiro aos taxistas.

O Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional desvaloriza estas acusações e aconselha os “candongueiros” ou taxistas semi-colectivos informais, a usarem a cultura de denúncia, com vista a identificar os prevaricadores.

Agentes da Polícia Nacional aproveitam-se do estado de calamidade para fazer negócio e extorquir dinheiro a taxistas, afirmou à RFI Francisco Paciência, líder da Associação da Nova Aliança dos Taxistas de Angola - ANATA.

"...os agentes usam o estado de calamidade para extorquir dinheiro e quando o taxista se escusa é passada uma multa"

“Neste período, a actuação da Polícia Nacional é o que nos deixa desejar, visto que sempre que as autoridades tomem uma medida, ela surge como uma oportunidade de negócio para os agentes reguladores de trânsito”, desabafou o líder associativo.

Paciência vai mais longe, afirmando que muitos dos efectivos da polícia não vêm o estado de calamidade como uma questão de responsabilidade social ou de fiscalização da legalidade, mas sim, como uma oportunidade para ganhar dinheiro.

“Lamentamos que os agentes usem, agora, esta medida para esbulhar dinheiro a taxistas. Há determinadas pessoas que no iaterior da viatura, a dado momento, baixam a máscara para beber água, mas caso seja visto por um polícia, logo o motorista da viatura é multado sem razões aparentes”, contou.

Por isso, o responsável da ANATA entende, que este comportamento acaba por criar negócio entre o agente e o taxista, simulando comportamento só para multar e tirar algum dinheiro ao condutor.

Sobre a redução de até 50 % na lotação nos táxis por causa da prorrogação do estado de calamidade, em Luanda, Francisco Paciência reconhece a necessidade do governo, mas, independentemente da importância, assegura ,que ela peca porque obrigou muitos investidores a paralisar as suas viaturas.

Para ele, a redução de passageiros não vai, de modo algum, prevenir ou evitar o aumento de casos, porque "as pessoas continuam atoladas nas paragens por falta de táxis".

A ANATA considera que se anteriormente 15 a 16 pessoas eram levadas numa única viatura, hoje, pelo facto de reduzir a lotação até 50%, os passageiros são transportados em três carros, daí que Luanda precisa de multiplicar por três o número de táxis.

Em reposta às acusações da ANATA, o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, nega as acusações e recomenda os queixosos a primarem pela cultura de denúncia, já que o comportamento de um agente na via pública não pode comprometer toda a instituição.

O inspector-chefe aconselha que quando se faz uma denúncia, os queixosos devem fazer uma leitura das características do agente, começando pelo "número de identificação do polícia e o local onde o mesmo se encontrava a trabalhar".

“Nós temos recebido muitas queixas sobre actuação da Polícia, mas o que se passa é que os denunciantes desconhecem o agente e até o local de trabalho”, explicou o oficial superior da Polícia Nacional.

Goubel pensa que é com base em denúncias que não manchem o bom nome da corporação e, sobretudo do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, devido a indivíduos prevaricadores, que têm que ser submetidos a medidas disciplinares muito sérias. RFI

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