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Segunda, 03 Fevereiro 2020 09:44

Empresário com burlas em Angola morto em Portugal

«Homem, de 66 anos, encontrado morto em casa tem histórico de burlas em Angola.

Já passava das 20h00 de ontem quando o corpo do homem, de 66 anos, foi retirado do apartamento onde residia há cerca de um ano, na Parede, Cascais.

Os inspetores da PJ estiveram largas horas (o alerta foi dado pelas 11h30) a fazer perícias num cenário que não deixava dúvidas - o cadáver estava de mãos e pés amarrados, com um saco a cobrir a cabeça. O empresário português, com um passado marcado por processos judiciais de burlas ligadas a Angola, terá morrido devido a uma agressão violenta na cabeça. A PJ investiga o cenário de ajuste de contas.

Só a autópsia poderá agora esclarecer a causa da morte, até porque o homem tinha um cabo, que poderia ser um carregador de computador, enrolado ao pescoço. O cenário de asfixia estará, no entanto, afastado e o saco na cabeça poderia servir apenas para evitar que o sangue se espalhasse pela casa. O homicídio terá ocorrido sexta-feira. O corpo foi descoberto num cenário de grande violência e a PJ admite que o crime possa ter sido cometido por mais do que uma pessoa. Não há sinais de arrombamento, o que indicia que a vítima conhecia os homicidas.

A casa era arrendada e foi o senhorio quem deu o alerta à PSP. Disse que viu luz acesa no apartamento sem que o inquilino respondesse quando batia à porta. O homem já não seria visto na zona há dias. Uma patrulha foi ao local, entrou na habitação e percebeu que algo de errado se passava. Não conseguiram abrir a porta e, por isso, foram acionados os Bombeiros Voluntários da Parede.

Os operacionais conseguiram, com muito esforço, abrir por fim a porta da divisão. E aí perceberam o motivo pelo qual este trabalho foi tão difícil. O corpo do empresário estava encostado à porta de uma forma que a bloqueava.

Polícia Judiciária pede imagens das câmaras da zona
Ao que o Correio da Manhã apurou, a Polícia Judiciária, que ficou com a investigação do caso, já pediu o acesso às imagens dos sistemas de videovigilância a funcionar nas proximidades da casa onde o corpo do homem foi ontem de manhã descoberto.

O foco principal dos inspetores da PJ são as duas pastelarias existentes a cerca de 50 metros do prédio. Estas imagens podem ser cruciais para esclarecer todos os contornos do caso, nomeadamente quem entrou no prédio nos últimos dias.

Vizinhos garantem não ter ouvido nada estranho no prédio
Os moradores do nº 75 da rua Sampaio Bruno, na Parede, adiantaram às autoridades policiais que conheciam mal a vítima mortal – dizem que era uma pessoa de poucas palavras, sem apontar qualquer atitude negativa ao comportamento do empresário – e que não se aperceberam de qualquer movimentação ou barulho fora do normal vindo do apartamento, onde vivia sozinho há cerca de um ano.

PORMENORES
Perícias prolongaram-se
A complexidade do caso e o estado em que se encontrava a casa obrigaram os inspetores da Polícia Judiciária a muitas horas de perícias. Já o corpo tinha sido retirado, ao início da noite, ainda o trabalho de recolha de provas decorria no interior do apartamento.

Carro levado pela PJ
A viatura do empresário português foi apreendida pelos inspetores e levada para instalações da Polícia Judiciária. Será alvo de detalhados exames para recolha de evidências que permitam identificar os responsáveis por esta morte violenta.

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