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Sábado, 11 Julho 2020 19:29

Embaixadas Angolanas: Mal funcionamento e acomodação dos Diplomatas

Por onde vai a diplomacia angolana? Décadas se passaram porquê continuamos ainda muito atrás na arena internacional? Será por falta de vontade política da parte do governo? Ou porque os nossos diplomatas não fazem correctamente o seu trabalho?

É por falta de conhecimento estratégico-diplomático? É por causa da corrupção? Ou será porque temos pessoas erradas nos lugares errados? Em vez de pessoas certas nos lugares certos? Qual será o verdadeiro motivo da fragilidade da nossa diplomacia?

A diplomacia angolana na sua complexidade é sinônimo de insucesso e de impreparação técnico-consular e diplomática, é sinônimo de ineficácia, é sinônimo de que a gestão do MIREX não tem dado conta do recado das suas responsabilidades tanto a nível interno muito menos a nível externo, porque as nossas missões diplomáticas até ao momento não mostraram nada de relevante, algo que certifique e que prove que estamos avançando diplomaticamente, nem sequer fazemos parte das 50 melhores diplomacias do Mundo, e estamos completamente longe de fazer parte da lista dos países africanos com melhores prestações de serviços consulares e diplomáticos.

É urgente o governo angolano deixar de lado essa prática de acomodar dirigentes e políticos de fim de carreira nos cargos de embaixadores, cônsules, adidos militares, adidos culturais, adidos da comunicação, adidos financeiros, ministros conselheiros entre outras posições de poder dentro das nossas Embaixadas, somente para ficarem por lá sem mostrarem trabalho em prol do País e das nossas comunidades na diáspora.

É hora de fazermos diplomacia como deve ser, é evidente o grande atraso e falta de preparação diplomática por parte do corpo-diplomático angolano, nunca aparecemos como destaque a nível internacional. O nosso País precisa ser mais promovido, precisa se abrir mais, os nossos diplomatas devem ser mais práticos, devem levantar-se das cadeiras não simplesmente pra dançar ou pra festejar, mas também e sobretudo para realizarem projectos de grandes verdadeiras, projectos que possam catapultar a nossa Nação em termos de investimentos e de financiamentos em diferentes áreas.

O povo angolano no exterior nunca foi bem tratado pelos seus representantes, muitos desses diplomatas não são profissionais, carecem de princípios ético-diplomáticos, respondem com arrogância o próprio compatriota e mostram uma certa lentidão na hora de agilizar o que é seu dever perante o cidadão nacional, isso traduz-se em incompetência e mal funcionamentos das nossas Embaixadas.

O.B.S: A diplomacia angolana é “viúva”, não, não é viúva é “órfã”, não, também não é órfã, é uma diplomacia “mendiga”, mendiga? Não, também não é mendiga! A grande verdade é que a diplomacia angolana é uma diplomacia sem “paradeiro” porque não é “tida nem achada”, os resultados falam por si, vivemos o tempo todo fazendo dívidas (isso não é diplomacia econômica), em vez de catalisarmos acordos projectuais econômico-comerciais concretos que visam a saída do País da crise financeira. Quem entende verdadeiramente de diplomacia sabe que essa quando é bem feita o País cresce.  

 Por Leonardo Quarenta

Doutorando em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

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