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Domingo, 09 Fevereiro 2020 18:45

Grito da alma e o terrorismo religioso

O terrorismo religioso manifesta-se de diversas formas e métodos tomando corpo e vestindo-se de várias roupagens. Porém vamos espelhar uma destas formas para que despertemos a consciência nacional e internacional.

Martinho Lutero disse numa certa ocasião; Não podemos impedir que os pássaros voem sobre as nossas cabeças, mas podemos impedir que eles façam ninhos sobre elas. Assim também não podemos nos livrar de sermos tentados, mas podemos lutar para não cairmos em tentações. Foi com este espírito de guerreiro e com a tenacidade de David que no dia 31 de outubro de 1517, Lutero apresentou as 95 Teses que marcou a início das reformas da igreja e do movimento de renovação evangélico a nível do globo.

É nesta mesma perspectiva que no dia 28 de novembro de 2019 em Luanda um grupo de 330 Pastores, Bispos e obreiros da igreja universal em Angola decidiram por unanimidade por fim a mais de 20 anos de colonização, intimidação, escravidão, servitude, manipulação, abusos de poder, castração de órgãos, violação de direitos humanos aos cidadãos Angolanos na sua própria pátria sem ter a possibilidade de recorrer aos órgãos de justiça, pois eram forçados a permanecer em silêncio.

Assim sendo o corpo pastoral angolano foi forçado a dar o grito da alma para a liberdade, apresentando desta forma um manifesto interno para reformas da instituição mas que foi violentamente rejeitado e refutado pelos então líderes brasileiros que em Angola não pretendem trabalhar em coordenação com os nativos e muito menos respeitam a legislação, e a constituição da República de Angola no que concerne ao respeito básico das normas vigentes no quadro da funcionamento das actividades religiosas. Nesta linha de pensamento consta dentre outros pontos relevantes apresentados no manifesto o seguinte:

Há mais de 27 anos, a IURD-Brasil exerce um absolutamente domínio em relação à IURD-Angola de maneira abusiva e arrogante, violando os direitos humanos. Este domínio, mencionado no ponto anterior, é visível em todas as partes da Igreja, desde os púlpitos até a área administrativa, resultando em actos discriminatórios. Observamos que a liderança atual e anterior tem expressado atitudes e comportamentos indecorosos contra os pastores, bispos, obreiros e membros angolanos que não concordam com as práticas que constituem violação grave dos direitos e princípios fundamentais da Constituição da República Soberana de Angola, em termos mais concretos estes líderes têm cometido nomeadamente os seguintes: a) Abuso de autoridade e desrespeito, humilhação pública, b) Privação de direitos fundamentais, os pastores não podem casar sem fazer vasectomia, caso contrário são retalhados; c) Pastores que engravidam suas esposas sofrem represálias, d) pastores com idade avançada não podem casar sem fazer obrigatoriamente a cirurgia da vasectomia; e) Evasão de moeda estrangeira, expatriação ou branqueamento/lavagem de divisas; f) acumulação indevida de moeda estrangeira, g) Tráfico de influências, corrupção ativa e passiva; h) apropriação indevida de fundos da igreja para fins duvidosos; i) Venda ilegal de propriedades da Igreja (terrenos, casas, apartamentos, veículos, condomínios, etc.) ; j) Participação em empresas e outros negócios com fundos desviados da igreja; n) Imposição da vasectomia, castração de órgãos humanos de maneira abusiva; o) Racismo, discriminação social, proibição das esposas de pastores engravidar, gerando pressão psicológica que em alguns casos resulta em abortos; p) Atos de perseguição, com calúnia e difamação; etc. Considerando a severidade com relação aos princípios da fé cristã, decidimos encerrar, cortar qualquer vínculo com a atual liderança e com da IURD-Brasil no intuito de salvaguardar os ideais mais nobres da Nação e proteger patrioticamente Angola do Terrorismo Econômico e do Terrorismo Religioso.

De considerar que o povo Angolano reprova e condena veementemente a prática de terrorismo económico e religiosos em que os pastores brasileiros da igreja universal em conluio com diversos cidadãos angolanos têm praticado por forma a destruir os pilares da nossa economia e tem dilacerado as bases da nossa soberania nacional, fazendo incessantemente a evasão de divisas para o exterior, assim como a venda do patrimônio da Igreja sem prévia consulta dos Bispos, Pastores, Obreiros e os membros da comunidade evangelica da familia universal angolana. Todos estes bens patrimoniais foram adquiridos, construídos com os dízimos, ofertas e doações dos angolanos.

De salientar que os crimes de branqueamento de capitais, financiamento e transferência ilícita de divisas, sustenta e possibilita a prática de várias formas de crime organizado, permitindo que grupos criminosos promovem as suas operações em Angola e ocultem seus bens e seus rendimentos. Embora não tenhamos no momento números exatos, mais existe uma possibilidade realista de que a escala de branqueamento de capitais em Angola, desta e de outras organizações afecta a economia Angolana anualmente por mais de centenas de bilhões em kwanzas, interessa recordar que a lavagem de dinheiro ou branqueamento de capitais tem o potencial de ameaçar a Segurança Nacional do estado Angolano, ameaçar o progresso econômico do país, a prosperidade nacional e a nossa reputação internacional como nação. Foi esta dentre outras razões a causa patriótica que sensibilizou os Bispos e Pastores Angolanos a fazerem o manifesto para possíveis reformas por forma a proteger e salvaguardar os interesses dos Angolanos e de Angola como nação. O terrorismo econômico e religiosos são práticas destrutivas que devem ser severamente banidos no nosso solo pátrio e sobre a orientação de sua Excelência o Presidente João Lourenço devemos nos unir e estar vigilante como uma só povo e uma só nação de cabinda ao cunene e do mar ao leste para acabar com a corrupção, proteger e defendermos a nossa pátria que tem sido pilhada e cobiçado por potências estrangeiras, quer seja em forma de religião como em forma ilícita de exploração.

Benny Pinheiro

Counterterrorism Expert - University of Maryland.
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