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Sábado, 14 Setembro 2019 12:18

José Eduardo dos Santos não é o único culpado de tudo

Um grande novo fantasma devasta o governo da Nova Angola: transformando a antiga casa numa casa conspurcada, e, lançando – a todas as culpas do passado. Mesmo que seja a mesma casa onde ocorreu a farra de todos os actos, em que nutriram-se, e deliciaram-se.

Hoje, os mesmos que ontem fizeram da sua casa um belo palácio de festas, desprezam tudo quanto no passado fizeram, partem os pratos e atiram – nos ao lixo, tornam os seus próprios pais, que os geraram em seres desprezíveis, como se nada valessem para as suas vidas, em particular.

1 - Breve súmula

No passado, na altura da farra, muitos dos que hoje menosprezam a farra, tiveram de repetir a guisa, porque a iguaria atingia o topo do apetite, e não conseguiam fartar por uma refeição apenas. Hoje, a natureza tomou o peso da evidência contrária: as acusações ao anterior governo, fazem do actual Executivo numa legião de anjos Santos, vindos dos céus, que nunca tenham cometido algum percalço contra o próximo.

2 - Ontem comeram e beberam, hoje possuídos de amnésia esqueceram – se do passado e acham – se limpos

Caros camaradas, sejais humildes: “Ninguém é inocente”. Quer queirais aceitar ou não, ninguém é inocente. Caros camaradas. Todos, mas todos, que um dia exercitaram algum cargo de elite no anterior Executivo dirigido pelo Eng. José Eduardo dos Santos, quer seja no MPLA, como no governo angolano, algum dia falharam. Quer por cometimento de crimes comuns, como corrupção, peculato, branqueamento de capitais, abuso de poder, etc…etc… Se o anterior Executivo não tenha algum direito de isenção dos crimes que tenha cometido, por um acto humanista, que visa salvar os seus antecessores com um acto de amnistia global, e, livrá – los da jaula da prisão do São Paulo, é líquido concluirmos que: todos, estão condenados a chegarem às barras do tribunal, porque ninguém é inocente, incluindo o actual timoneiro do Novo Executivo angolano, como diz o ditado popular, “Entendo por culpado não aquele que pratica o mal, mas reconhece as culpas, mas aquele que mesmo culpado acha – se inocente. Será pois parafraseando José Eduardo dos Santos “Os erros fazem parte do processo de aprendizagem. Assumo que também os cometi. Saio de cabeça erguida com a consciência de que dei o melhor da minha capacidade intelectual.”

A história da Nova Angola regista várias anedotas aberrantes, em que a principal razão da existência da corrupção no plano actual é o anterior Executivo. A falta de humildade por parte do Novo Executiva atingiu o cimo de uma montanha, caros Camaradas, diz o adágio árabe “A humildade é a rede com que se apanha a glória”, desde logo, não chegareis a glória se antes não serdes humildes, não tenhais a faculdade de reconhecer que todos erraram, independentemente do contexto que hoje enfrentam, se ontem pertenceram ao Executivo, é porque fizeram parte do erro, e deste não estão desligados.

O actual Executivo não é humilde, consagrou – se santo, e, fez do seu meio de protecção o anterior Executivo liderado pelo Excelentíssimo Senhor Eng. José Eduardo dos Santos. O actual Executivo acusa tudo, mas tudo, ao antigo Presidente, e, escusa – se de ser parte integrante do anterior Executivo, símbolo de falta de coragem, dignidade e humildade como diz Tagore “Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza”, não são grandes, nem se quer poderosos, será pois parafraseando Cervantes que conseguimos perceber da profundidade da humildade de que o orgulho serve apenas numa forma de dividir a humanidade, ao passo que a humildade serve de meio de união “A humildade é a base e o fundamento de todas as virtudes e sem ela não há nenhuma que seja.”

E, o espantoso é que há novos espíritos para destroçar o anterior Executivo, e lançar – lhe todo na prisão, e fazer do actual Governo, um Governo santo, esquecendo – se de que, também tenha cometido crimes similares e erros da mesma esfera. Uma vez que estes que fazem parte do actual contexto de coisas, constituíram a célula fundamental do metabolismo funcional do anterior estado de coisas, foram os quais que, funcionaram como sendo fontes de energia para as diferentes partes da constituição do Estado, conheciam os destinos dos dinheiros, e variadas vezes enviaram – los aos paraísos fiscais. Os actuais acusadores têm as mãos sujas nos mesmos actos que encontram aos seus antecessores, foram os mesmos que fizeram corpo do anterior Governo, como apela Tormena “Quem quer ser reconhecido pelos seus acertos, não pode culpar os outros pelos seus erros”, porém, Luigi Pirandello acrescenta “A natureza humana acha – se sempre inocente, e incapaz de reconhecer os seus erros, mesmo os tendo cometido, assim, um ladrão apanhado com a mão na botija negará que não terá cometido algum erro. É próprio da natureza humana, lamentavelmente, sentir necessidade de culpar os outros dos nossos desastres e das nossas desventuras, e achar – se sempre santa e santificada.”

Os actuais constituintes do actual governo, nunca estiveram longe do curso natural das coisas no passado, mesmo que hoje acham – se anjos caídos dos céus, ontem fizeram parte do banquete, como diz Sales “As vezes o problema está em nós mesmos, e fazemos questão de culpar os outros.”

São os mesmos que agitavam as águas turvas, pescaram o bom peixe, alimentaram – se só, esqueceram – se do povo sofredor – mor, e, hoje aparecem como se fossem virgens arrependidas à lançar – se em novos braços, e a afirmarem que os culpados foram os do Executivo passado, enquanto estes foram o passado, e são hoje o presente, somente mudou o motor do carro, mas a carcaça permanece intacta, de pedra e cal, inamovível e sem ferrugem. Negam terem pertencido ao passado, acham – se terem descido do espaço, como extra – terrestres e novos habitantes da terra. Não é só, uma ideologia hipócrita que reage ao passado: é também uma ideologia em particular de prepotência, oportunismo, ambição demasiada, ganância, avareza, ciúmes do poder, e vingança excessiva contra o passado: “safa – se quem poder”, é a nova teoria excessivamente anti – solidária do actual Executivo, que condena os seus próprios pés acusando – se a si mesmo, porque quem acusa a sua mãe e ao seu pai, acusa – se a si próprio, pois que, foram destes progenitores de que descenderam. Mesmo tendo feito parte do barco do passado, hoje fizeram – se completamente inocentes, como se nunca tivessem pertencido ao MPLA ou ao anterior Executivo, seria mais inteligente se dissessem: “Erramos todos, mas estamos aqui, de cabeça erguida para assumir os nossos erros. Queremos hoje pedir perdão público ao povo angolano, que sempre sofreu sozinho enquanto nós fazíamos do País numa coisa privada e nossa. Nos comprometemos de hoje em diante, a assumir os nossos erros e fazer uma justiça colectiva a qualquer um que tenha de cometer um crime de peculato ou corrupção. Vamos todos juntos construir um País novo, e certo, com todas as facetas sociais integradas. Oferecer ao povo angolano qualidade de vida, dar ao povo angolano saúde, de facto, educação com qualidade, energia, água, lazer, e dignidade da vida marcada por transportes públicos, infância com atenção, atenção primária ao cidadão, e crescimento progressivo da esperança de vida do angolano, assim como do índice de desenvolvimento humano. Porém, isso não acontece, o Novo Executivo, não é humilde, acha – se santo, e nunca terá cometido algum erro, enquanto esteve no poder do anterior Executivo.

Caros camaradas, tenhais coragem, e, assumais de uma vez por todas que ninguém é inocente: todos, mas todos, incluindo o actual timoneiro da Nova nau Angola cometeram erros, é preciso seguir as orientações de Roberto Shinyashiki ilustres camaradas do MPLA “Assumir os nossos erros exige muita coragem num mundo que parece feito de pessoas que sempre foram inocentes dos erros por elas cometidas e sempre ganharam todas as batalhas. E, não sabem ter a humildade de aceitar derrotas. E reconhecer os feitos dos outros. Assumir nossa ignorância exige muita humildade, nesse mundo de quem sabe tudo, e nunca reconhece as suas fraquezas e os talentos dos demais.”

Hoje, todos se julgam não terem cometido crime algum, e que, o antigo Executivo que dirigiu os destinos de Angola, era versado em fazer corrupção e cometer erros, para estes, o antigo Executivo foi o único que terá cometido crimes, mas os mesmos que apontam os cinco dedos acusadores contra o antigo Executivo foram os que afundaram o País, e, estiveram na linha de frente da corrupção, do amiguismo, do peculato, do abuso do poder e do branqueamento de capitais, aconselhamos aos nossos compatriotas a observarem o apelo de Tumbir “Assuma os seus erros da mesma forma que você exige as suas qualidades.”

A farra que se desenvolveu em Angola, não deixou de fora nenhum pato bravo ou pato domesticado, nem sequer porteiros ficaram de fora, como simples observadores da festa. Alguns tantos, desfalcaram a mesa, outros extraíram do banquete um punhado de riquezas… Outros ainda, atados à seus confrades fizeram de Angola uma coutada privada, mas ninguém, saiu – se inocente: todos pecaram, e se o Governo de João Lourenço fosse um governo sério, deveria ter coragem de assumir os seus erros cometidos no passado e não fazer de José Eduardo dos Santos o banco a depositar todas as culpas, será pois parafraseando Roger Stankewski “Deveríamos ter a coragem de assumir nossos próprios erros assim como temos orgulho em exibir nossas qualidades. Entender que assumir nossos próprios erros é sinal de grandeza e de carácter”, como diz Rodinilson “Errar é humano, perdoar é divino, assumir erros é dignidade e carácter, pois que, ninguém mudará se antes não assumir que terá cometido algum erro.”

O actual Executivo, não deve fazer – se santo, ao passo que foram os mesmos que perfilharam o anterior estado de coisas, como sendo sua história herédo – familiar. O actual Executivo não deve fazer uma fornalha de um inferno superficial que queima alguns, mas na verdade traz à mesa do pacote angolano outros e mais edazes parasitas dispostos a sugar até a última gota de sangue o País, fazendo de Angola um terreno fértil para enriquecer, enquanto os do passado, são lançados no fogo do inferno por terem pecado.

Caros Camaradas, façam o que a nação espera: “todos pecaram, e se for o caso, ninguém sobrará todos entrarão no inferno.”

Passados todos estes anos a conclusão é que quem sempre sofreu foi o povo angolano, inocente, roto, sem saúde, sem justiça, sem educação, sem comida, sem transportes públicos, sem vida, faz da sobrevivência a única forma de vida, o povo angolano, é vítima de um processo de vicissitudes, que o faz a cada dia que passa mais vítima ainda, e, hoje continua fazer do sofrimento a única forma de existência na face de Angola, o povo angolano não vive, sobrevive, na esperança de um dia poder melhorar, mas essa melhoria, não vem nem sequer de canoa, essa esperança, anda morta antes de se casar.

3 - Assumam de uma vez por todas os vossos erros camaradas

Todos quanto exercitaram um cargo administrativo no passado, mamaram a massa da nação angolana a sua sorte, mas hoje estão aí calmamente a desfrutar do fruto do repasto no Novo executivo de João Lourenço, e lançam todas as culpas ao anterior Executivo onde estes funcionaram como factor decisivo da corrupção. Desenterrar essas matérias serve, sobretudo, de alarme matinal para o Executivo de João Lourenço, que por esses dias revela memória curta em relação ao passado que viveu e desfrutou, no assalto aos cofres do Estado angolano. Mesmo tendo autoridade e poder para fazer parar ou avisar sobre o que estava prestes à suceder no banquete enquanto a Dr.ª Ana Dias Lourenço, uma das mais brilhantes politólogas africanas, génia das ciências de gestão económica e bancária, das ciências do plano e estratégia de estado e de mercado, de que tão trópegos e broncos um dia em África chegarão, não terá afirmado, uma vírgula, sequer, para fazer parar a carruagem. Aos demais não lhes restava outra, senão agir como abutres, e sugar tudo, não souberam estancar a roubalheira e a impunidade que os cofres foram vítimas, foram estes os fundamentais assaltantes, que manobravam José Eduardo dos Santos com projectos fantasmas, e pilharam o País com os próprios ossos. E hoje, são os mesmos que compõem o actual palco, gritam e degustam do poder como se fossem donos de tudo em Angola, fazendo de José Eduardo dos Santos a única entidade responsável pela corrupção, enquanto estes, estão de braços cruzados, fazendo a farra continuar a seu belo – prazer.

4 -  São lobos vestido de pele de cordeiro

Para os angolanos, de boa-fé e atentos, eles não passam de autênticos hipócritas, lobos vestidos de pele de cordeiro, que depois de se saciarem do tanto quanto desfrutaram da festa, querem fazer – se de inocentes e lançar culpas em outros braços, muitos dos quais, mesmo tendo saído bêbados de riquezas, julgam – se inocentes, e, acusam o passado como sendo o possuidor de todo o mal. Enquanto estes foram os fundamentais assessores do passado, que inventaram projectos inexistentes e gananciosos para venderem o País à desgraça, e se enriquecerem. Colocaram a vida do povo numa mesa redonda, atiraram a sorte como os soldados que pregaram Cristo da Cruz em Gólgota…  Multiplicaram quatrocentos vezes mil o sofrimento do povo angolano.

Caros Camaradas, tenhais a humildade suficiente e vergonha de fazer – se inocentes e colocar culpa apenas em José Eduardo dos Santos.

Caros Camaradas, sejais maduros, dignos e humilde o suficiente, assumais as vossas falhas. Digam ao povo que vocês são culpados de tudo quanto tenha acontecido no passado, e hoje também, e que José Eduardo dos Santos não é o único que falhou, não é o único culpado, nem deve ser refém das vossas culpas. Caros camaradas, tenham coragem e humildade para assumir o passado que vocês mesmos desfrutaram, comeram, beberam e se embriagaram, porque ninguém entre vós é inocente, o único inocente nisto tudo: “é o povo angolano sofredor – mor” que conjuga o verbo sofrer em todos os tempos até ao gerúndio, desde o ovo, a infância até a forma adulta, e nunca sentiu um único faro do prazer da boa vida que vocês têm em Angola Camaradas. O povo sofre na terra que Deus os deu como presente, o presente dado por Deus transformou - se num verdadeiro veneno. Seria o povo a ter essa vida que vocês têm Camaradas, porque o povo é dono do País, e a eles pertencem todas as riquezas como bens transmitidos pelos seus ancestrais. Um País rico em petróleo, diamantes, peixe, e por ali fora, contendo todos os minérios mais escassos da natureza e mais geradores de riquezas do mundo. São vocês camaradas, os únicos que vivem bem em Angola, os únicos que não sentem a crise, o povo angolano, para além do sofrimento, não conhece uma outra forma de vida e vale apenas ter. O povo é tratado no Maria Pia, no Américo Boavida, no Hospital do Prenda e por ali fora, lá onde o caos é um facto, mas vocês camaradas, Namíbia é o mínimo, é mesmos nos EUA, na Índia, em Alemanha, na Itália, em Suiça e, talvez em Londres onde são realizadas as vossas consultas, camaradas. O povo não tem transportes públicos, e vocês andam de Lexus, Vx, V8, Bugatti La Voiture Noire, Ferrari Sergio Pininfarina, Aston Martin Valkyrie, Bugatti Chiron Sport, W Motors Lykan Hypersport, Lamborghini Veneno, Koenigsegg CCXR Trevita, Mercedes-Maybach Exelero, Rolls-Royce Sweptail, enquanto isso o povo anda de Tax, e se andar de Tax já é um luxo, porque o normal em Angola é circular de autocarros, no calor de um inferno, excessivamente cheio, feitos pássaros apertados numa gaiola e sem oxigénio.

O povo está ao relento, sem casa e vocês têm casas no Mussulo, à beira mar, o povo ganha um salário magro e selvático, que nem miséria cobre, e vocês têm dinheiro aos excessos, que muitos em casas nocturnas já terão desafiado cozinhar uma panela de feijão com dólares a queimar no fogo como se gás fosse, e ver quem tem mais dinheiro, desde então. Enquanto isso, camaradas, o povo morre no sofrimento.

Angola é sem sombras de dúvidas, um inferno à céu aberto…

5 - O país foi pilhado e sequestrado por todos

O País foi sequestrado por todos eles, que hoje acusam José Eduardo dos Santos de ser o único responsável por tudo quanto se terá realizado de errado na nação angolana. Eles fizeram de Angola um rebanho privado, se perderam na caminhada, e colocaram o destino do povo a deriva, enquanto isso, fizeram a farra, todos saíram saciados e bêbados de riquezas. Pela ironia do destino, hoje, querem fazer do timoneiro do passado o único culpado de tudo quanto tenha acontecido em Angola; é típico de gente hipócrita, que pratica o mal, porém, fica possuída por uma amnésia fulminante, sem faculdades de recordação de até o patente. 

Independentemente de todas as acusações que venham cair sobre o passado, tenhamos coragem de aceitar que José Eduardo dos Santos cumpriu o seu papel, deu tudo quando ainda era jovem, deu um rumo à nação angolana, saiu da guerra à paz, anulou a pena de morte, não sancionou os dirigentes nem os militares da UNITA, fez do perdão um meio de união entre os angolanos de alas opostas, enterrou a vingança e fez da reconciliação nacional uma arma de unidade entre todos os angolanos. 

Haja coragem Camaradas, em reconhecer que todos vocês falharam, e não apenas José Eduardo dos Santos como ostentais afirmar nas vossas teses e anti – teses. O tempo demonstra que o governo angolano não aprendeu a lição, continua a fazer da hipocrisia o prato mais saboroso para sua refeição, faz do passado um menoscabo, do presente uma beatitude, e do futuro, uma incógnita, ignora o passado, sem perceber que se o passado for um preconceito o futuro será consequência. 

Para terminar quero parafrasear o adágio popular em língua portuguesa: “Os inteligentes aprendem com os seus erros, os sábios aprendem com os erros dos outros, os que nem aprendem com os seus erros, nem aprendem com os erros dos outros são idiotas.”

BEM – HAJA!

Por João Henrique Hungulo

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