“Essa efeméride produziu a liberdade política em Portugal e o acesso da independência das ex-colónias em África falantes da língua portuguesa e a autodeterminação dos respetivos povos. Assim, esta comemoração não é apenas um património de Portugal, sendo também um momento revelador de um tempo de independência, liberdade e de autodeterminação de Angola”, disse hoje Carolina Cerqueira.
Falando na abertura da quinta reunião plenária extraordinária do parlamento angolano, Carolina Cerqueira salientou que meio século volvido e no tempo de novas tecnologias, da inteligência artificial, do imediatismo e do relativismo da história, é necessário não esquecer nem relativizar a importância da democracia.
“Importa sublinhar que não esquecemos e nem relativizamos a importância da democracia, dos direitos políticos, sociais, culturais dos angolanos em nome de uma pátria independente e desenvolvida”, salientou a líder parlamentar.
Perante o plenário da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira salientou a importância do 25 de abril de 1974 em Portugal, referindo que a data é recordada e comemorada, sobretudo pelos “reflexos externos” que a mesma provocou para a independência, liberdade e autodeterminação de Angola.
Cerqueira saudou ainda “todos os democratas” que em Portugal “comemoraram e comemoram” o 25 de Abril.
O grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) também saudou o povo português pelo 25 de Abril salientando que a data “tem uma parte do povo angolano” e simboliza a liberdade, democracia e alternância do exercício do poder público.
Na sua declaração política, apresentada no início da sessão, o presidente do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, augurou que o Presidente angolano, João Lourenço, em Portugal nas celebrações do 25 de Abril, regresse a Angola “com o espírito de Abril” e que “traga na sua bagagem as experiências positivas da revolução democrática portuguesa”.
“E que venha inspirado para implementar no país uma autêntica revolução na infraestrutura da democracia angolana, uma revolução que traga a efetiva liberdade de imprensa, que garanta tratamento igual aos partidos políticos, que garanta auditoria ministerial e fiscalização parlamentar os contratos e das contas públicas”, frisou o deputado Chiyaka.