A pesquisa com 96 mil pacientes diz ainda que o uso desses medicamentos pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.
O estudo é o primeiro a analisar o uso desses medicamentos em larga escala. Foram analisados dados de mais de 96 mil pacientes hospitalizados em 671 hospitais. Desse total, 14.888 pacientes receberam hidroxicloroquina ou cloroquina, com ou sem antibiótico, e 81.144 pacientes não passaram por nenhum dos tratamentos.
A pesquisa apontou que as pessoas tratadas com cloroquina ou hidroxicloroquina apresentavam maior risco de morte quando comparadas àquelas que não receberam o mesmo tratamento.
Os autores do estudo sugeriram que esses medicamentos não devem ser usados para tratar a covid-19 fora dos ensaios clínicos até que os resultados deles estejam disponíveis para confirmar a segurança e a eficácia para pacientes com a infecção.
A pesquisa é assinada pelos pesquisadores Mandeep R. Mehra (Brigham and Women's Hospital Heart and Vascular Center e Harvard Medical School, EUA), Sapan S. Desai (Surgisphere Corporation, EUA), Frank Ruschitzka (University Heart Center, Suíça) e Amit N. Patel (University of Utah e HCA Research Institute, EUA (Com Reuters)
Estudo que indicava hidroxicloroquina para tratar covid-19 é retirado do ar
A equipe liderada pelo médico francês Benjamin Davido foi uma das primeiras a defender o uso do medicamento para combater o novo coronavírus. No entanto, o trabalho científico francês foi criticado pelo pequeno número de pacientes avaliados (cerca de 30), por não ter sido aceito em periódico científico nem certificado pela revisão de pares —ou seja, não foi avaliado por outros cientistas e, portanto, não deve ser usado para orientar a prática clínica.