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Quarta, 10 Agosto 2016 18:20

Nota de 100 dólares mantém-se nos 57.000 kwanzas nas ruas de Luanda

O preço médio de um dólar norte-americano nas ruas de Luanda manteve-se praticamente inalterado na última semana, nos 570 kwanzas ou uma nota de cem dólares vale 57,000 kwanzas, muito acima da taxa oficial de câmbio.

Há alguns meses que o preço no mercado informal permanece estável entre os 570 e os 600 kwanzas, apesar de algumas pontuais flutuações semanais, conforme rondas regulares junto das 'kinguilas' de Luanda, como são conhecidas estas mulheres que se dedicam ao negócio informal de compra e venda de divisas na rua.

A Lusa encontrou hoje quem vendesse a nota de dólar, no bairro do São Paulo, a 580 kwanzas, enquanto as 'kinguilas' do bairro dos Mártires de Kifangondo cobravam 575 kwanzas. Já no bairro do Maculusso, igualmente no centro de Luanda, era hoje possível encontrar quem vendia a nota de dólar a 550 kwanzas, enquanto na Mutamba subia para 580 kwanzas.

Quem vende não apresenta qualquer explicação para estas oscilações, além de assumirem que se mantém a forte procura de dólares.

Ainda assim, são preços especulativos, que, em muitos casos, como para os trabalhadores expatriados, é a única forma de ter acesso a divisas no atual contexto de crise económica, financeira e cambial, decorrente da quebra nas receitas petrolíferas.

O Governo português reconhece que apenas em salários de trabalhadores nacionais em Angola estão retidos, por falta de divisas para concretizar essas transferências, cerca de 160 milhões de euros.

Desde setembro de 2014, a moeda nacional angolana desvalorizou-se em mais de 40%, face ao dólar norte-americano, para 166 kwanzas para um dólar, à taxa oficial, muito longe dos valores do mercado paralelo.

Um documento do Governo angolano prevê que a desvalorização da moeda nacional chega até aos 215,5 kwanzas por cada dólar norte-americano até final do ano.

O Banco Nacional de Angola (BNA) recomendou em maio um "maior controlo e responsabilização dos agentes promotores do mercado informal de moeda estrangeira" por parte da polícia.

A instituição revelou já em julho que está a trabalhar com os bancos comerciais numa "melhor programação na venda de divisas" para "repor de forma gradual, programada, organizada e prudente" as necessidades de todos os setores da economia.

O Presidente angolano exigiu ao BNA, no mês passado, que encontre soluções para resolver as dificuldades dos clientes e empresas no acesso a divisas, reconhecendo que no momento atual quem tem dinheiro prefere mantê-lo fora do país.

José Eduardo dos Santos explicou que a venda de divisas aos bancos por parte das empresas petrolíferas estrangeiras que operam no país, para obterem moeda nacional para o pagamento das despesas em Angola, são na ordem dos 300 milhões de dólares por mês e não cobrem atualmente as necessidades, como no passado.

O chefe de Estado disse que o Governo já recomendou ao BNA que "trate desta matéria com urgência", em articulação com os bancos comerciais, "para melhor proteger os interesses" de Angola.

LUSA

 

 

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