Em seis meses, os empréstimos a privados subiram, em valor, mais de 387 mil milhões de kwanzas (2,23 biliões de dólares), num período que continua a ser marcado pela crise económica e financeira generalizada em Angola, devido à forte descida nas receitas com a exportação de petróleo.
Só no comércio por grosso e a retalho, os bancos angolanos tinham 831.219 milhões de kwanzas (4,91 biliões de dólares) concedidos em crédito no mês de junho, enquanto a particulares estavam atribuídos 624.767 milhões de kwanzas (3,68 biliões de dólares).
Segundo dados do relatório mensal do Banco Nacional de Angola (BNA), os bancos tinham concedido para o setor da construção, até junho, empréstimos de 467.158 milhões de kwanzas (2,5 mil milhões de euros), para a indústria transformadora 367.956 milhões de kwanzas (1,9 mil milhões de euros) e para a agricultura 205.012 milhões de kwanzas (1,1 mil milhões de euros).
O crédito concedido pelos bancos angolanos já tinha aumentado quase 12% em todo o ano de 2015, crescendo assim mais 10% em seis meses de 2016, segundo os dados disponibilizados pelo BNA.
Os últimos dados sobre a banca angolana referem-se a 2014, ano em que os lucros caíram para metade, influenciados pela situação no ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA), segundo a análise que a consultora Deloitte apresentou em setembro último, em Luanda.
Angola contava em 2014 com 23 bancos e o resultado líquido do setor caiu para 45,4 mil milhões de kwanzas (273,74 biliões de dólares, à taxa de câmbio atual), comparando com o ano anterior, devido ao "caso BESA", que foi transformado em Banco Económico, após intervenção do BNA.
O estudo da Deloitte refere ainda que o crédito líquido a clientes em Angola tinha aumentado 8% face a 2013, ultrapassando, em valores agregados, os 2,930 biliões de kwanzas (17,6 biliões de dólares).
Contudo, o crédito vencido também disparou, 11,2%, e ascendeu a 14,5% do total, equivalente a cerca de 2,3 mil milhões de euros.
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