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Segunda, 18 Janeiro 2016 11:27

Nota de 100 Dólares a caminho dos 35.000 kwanzas nas ruas de Luanda

O dólar norte-americano ultrapassou a barreira dos 300 kwanzas, moeda nacional angolana, nas ruas de Luanda, mercado que se tornou praticamente no único possível para aceder a divisas, devido à crise atual.

Uma ronda feita hoje pela Lusa nas ruas de Luanda, onde dezenas de mulheres - conhecidas por 'kinguilas' - se dedicam a este negócio, confirmou que para comprar cada dólar são agora precisos entre 320 a 350 kwanzas (cerca de dois euros) ou uma nota de 100 dólares vale 32,000 a 35,000 Kwanzas.

Trata-se do valor mais alto na comercialização (venda) de dólares no mercado informal.

A forte subida de preço para comprar dólares no mercado informal, nos últimos dias, acompanha a desvalorização da moeda nacional realizada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na primeira semana de janeiro.

O kwanza caiu assim para o valor mais baixo desde setembro de 2001, desvalorizando 15% para cerca de 156 kwanzas (92 cêntimos de euro) por dólar, que acresce à quebra de 24% em 2015.

O mercado das 'kinguilas' está assim a transacionar dólares ao dobro da taxa de câmbio oficial do país, enquanto as casas de câmbio praticamente não vendem dólares e o envio de remessas para o estrangeiro por transferência bancária apresenta vários constrangimentos, nomeadamente atrasos nas autorizações do BNA.

Na origem das dificuldades está a crise económica, financeira e cambial que afeta Angola, decorrente da quebra na cotação do barril de crude no mercado internacional, o que fez reduzir para menos de metade as receitas fiscais com a exportação de petróleo.

Em novembro, o banco central começou a limitar o acesso aos dólares, restringindo o montante que disponibilizava aos bancos comerciais, em resultado da descida de mais de 65% no preço do petróleo desde junho de 2014, o que reduziu drasticamente a disponibilidade da moeda norte-americana.

Sem dólares, os bancos comerciais começaram a limitar os levantamentos ao balcão, mesmo de contas em moeda estrangeira, tornado o mercado de rua como única alternativa.

Lusa | AO24

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