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Segunda, 26 Outubro 2015 13:24

Novas linhas de crédito da China elevam a 20 bilhões de dólares o total recebido por Angola

As novas linhas de crédito concedidas pela China a Angola elevam a quase 20 bilhões de dólares o total concedido ao país africano, que atravessa carências financeiras, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU).

Negociadas na sequência da recente visita do presidente angolano a Pequim, as novas linhas de crédito ascendem a 6 bilhões de dólares que serão dirigidos para investimentos públicos em infra-estruturas, anunciou o vice-presidente Manuel Vicente.

“O anúncio deste número termina com meses de especulação após a visita do presidente à China e eleva o valor total dos empréstimos chineses assumidos por Angola para perto de 20 bilhões de dólares”, afirma a EIU no seu último relatório sobre a economia angolana a que o Macauhub teve acesso.

Apesar do financiamento, a EIU prevê um crescimento económico de 2,7 por cento em 2015, um aumento mais modesto do que os 4 por cento assumidos pelo governo, dado o “impacto do ambiente de baixos preços petrolíferos sobre o consumo público”.

A China tornou-se mais importante para Angola com a quebra das receitas petrolíferas e as linhas de crédito de Pequim são vistas como uma alternativa a um pedido de resgate ao Fundo Monetário Internacional.

Dados da Organização Mundial do Comércio de 2014 indicam que a China já terá subido à primeira posição no ranking dos maiores fornecedores a Angola, sendo agora o principal parceiro comercial angolano, com trocas de cerca de 30.5 bilhões de dólares no último ano.

Em Agosto, Angola e China assinaram um acordo oficial que permite reciprocidade no uso das moedas de ambos os países, algo que a EIU interpreta como resultado da “esperança” angolana de que o uso da moeda chinesa “reduza a necessidade de usar dólares”.

“Mas o uso da moeda norte-americana deverá continuar generalizado, e ainda não é claro se a taxa de câmbio do renminbi será fixa”, refere o relatório.

Para o banco português BPI, o acordo tem o potencial de assegurar as compras de petróleo chinesas a Angola e solidificar o seu papel como fornecedor das importações angolanas.

“Para Angola, este acordo poderia, por um lado, permitir colmatar em parte a falta de dólares na economia Angolana, que são necessárias para pagar as importações, mas em termos de fluxos cambiais seria potencialmente de efeito nulo”, referem os analistas do BPI no mais recente relatório sobre Angola.

A consolidação de relações com os parceiros-chave — nomeadamente a China, Portugal e Estados Unidos — é considerada pelos analistas como uma das bases da estratégia diplomática angolana, tendo em vista em particular assegurar o acesso a fontes de financiamento.

Segundo o Africa Monitor Intelligence, está em preparação ao mais alto nível uma visita do presidente angolano a Moscovo, com objectivo de “obter apoios russos destinados a aliviar o estado de crescente sufoco financeiro a que a persistente crise do preço do petróleo sujeitou Angola”.

macauhub

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