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Quinta, 10 Setembro 2015 07:18

Governo angolano pressionado por companhias petrolíferas

Do sector petrolífero angolano, tardam em chegar notícias positivas. Pelo contrário, as perspetivas são de continuação de preços baixos, e consequente perda de receitas para o Estado. Entretanto, as petrolíferas fazem pressão sobre o governo queixando-se do custo das suas operações em Angola, que tornam o país pouco competitivo no sector. 

A Total, um dos maiores operadores petrolíferos presentes em Angola, calcula que as medidas introduzidas nos últimos anos pelo governo angolano no sector fizeram disparar os seus custos. Esta subida de custos está estimada em nada menos do que 500 milhões de dólares anuais.

Em Luanda, o diretor operacional da Total E&P Angola, Jean-Michel Lavergne, afirmou esta semana que as petrolíferas querem discutir com o governo o assunto dos custos regulatórios. Com os preços a manterem-se abaixo dos 60 dólares por barril, as operações poderão “parar, se não houver uma redução significativa de custos”, disse o executivo.

Nesta invulgar demonstração pública de força das multinacionais petrolíferas no país, ao lado do presidente da Câmara de Comércio Angola-Estados Unidos, Lavergne disse mesmo que a indústria petrolífera angolana corre o risco desaparecer. Angola tem vindo a disputar com a Nigéria o título de maior produtor africano de petróleo. A Total é responsável por cerca de 42 por cento da produção petrolífera do país.

Os custos em causa estão relacionados sobretudo com novas regras para emissões poluentes. O preço do barril de petróleo está abaixo do nível de 60 dólares apontado pelas petrolíferas como mínimo necessário para suportar os custos de desenvolvimento dos poços de águas profundas em Angola.

De acordo com os analistas de mercado, nas próximas semanas os preços continuarão sob pressão. As exportações previstas pela Nigéria são as mais altas dos últimos 3 anos, numa altura do ano em que as refinarias habitualmente encerram para trabalhos de manutenção.

AM

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