Segundo o relatório da Ernest & Young às contas da Sonangol de 2014, o grupo estatal angolano do setor petrolífero tem atividade naquele país do médio oriente, mas face ao "contexto de insegurança existente nos referidos campos", as operações foram suspensas e a administração decidiu desinvestir na operação.
De acordo com o auditor independente, no documento a que a Lusa teve acesso, em causa está um investimento global de quase 38 mil milhões de kwanzas (293 milhões de euros), "relativos a gastos com bónus de assinatura, prémios de adjudicação e custos de exploração e avaliação" em campos detidos no Iraque.
A Sonangol tem licenças para explorar os campos de petróleo Najmah e Qayara desde 2009, mas a falta de segurança nessas áreas, devido à atividade de grupos ligados à rede Al-Qaida, afetaram esses investimentos.
A expetativa da Sonangol, empresa totalmente detida pelo Estado angolano, passa por "recuperar o referido investimento através da venda do interesse participativo detido", refere o relatório da Ernest & Young.
"Presentemente, não temos qualquer evidência que suporte a existência de negociações com potenciais interessados, pelo que não estamos em condições de concluir quanto à recuperabilidade do montante acima referido", concluem os auditores.
A petrolífera angolana anunciou em fevereiro de 2014 que estava a preparar o fim das suas operações no Iraque devido à insegurança no país, tendo a administração explicado, em conferência de imprensa, que "internamente já está decidido" a saída do país.
Lusa